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‘Nasce um filho, nasce uma empreendedora’, diz engenheira que largou concurso público para empreender após se tornar mãe

Edmirk Herculano e os filhos (Foto: Cedida)

Fundadora da Rede de Empreendedorismo Materno do Acre – Compre de uma Mamãe, a empreendedora e digital influencer Edmirk Herculano, 38 anos, era servidora pública concursada do Estado do Acre, quando teve o primeiro filho, Bernardo, em 2014. Formada em Engenharia Agronômica, a acreana decidiu abrir mão do emprego estável para investir no mundo dos negócios.

“Muitas mamães que viram empreendedoras, após se tornem mães, falam isso: nasce um filho, nasce uma empreendedora. Isso é real. As mulheres começam a empreender quando se tornam mães, e isso é comprovado até pela neurociência, que aponta que nosso cérebro muda de tamanho quando nos tornamos mãe. A gente começa a ficar mais criativa, a enxergar muitas oportunidades de negócios que, antes, a gente não enxergava”, observa.

Proprietária da empresa “Mamãe Coruja”, Edmirk decidiu criar a empresa, após o nascimento do filho Bernardo, ao enxergar uma oportunidade de negócio pouco explorada no Acre. À época, em 2014, ela também fundou a Rede de Empreendedorismo Materno do Acre – Compre de uma Mamãe, que reúne centenas de mães empreendedoras, viabilizando a inserção delas no mercado de trabalho,  além de estimular uma mudança nas relações de consumo, por meio da promoção de uma economia colaborativa, a fim de ampliar a consciência sobre a sustentabilidade.

Edmirk Herculano abriu mãe de um concurso público para empreender e criar os dois filhos: Bernardo e Olívia (Foto: Cedida)

“A minha empresa nasceu, em fevereiro de 2014; a Rede, em maio do mesmo ano, diante de tantas especulações de como eu estava fazendo sucesso, em tão pouco tempo de uma empresa, já que comecei a empreender com zero reais”, relembra a mãe de Bernardo, 9 anos, e Olívia, 4 anos.

Maternidade criativa

O que levou Edmirk Herculano a criar a empresa Mamãe Coruja, há 9 anos, foi a ideia de levar o seu filho Bernado, à época com dois meses, para uma festa de Carnaval fantasiado.

“Eu queria muito levá-lo para um bailinho da família fantasiado, só que eu não encontrava nada do tamanho dele. Aí pensei em comprar um body com símbolo de algum super herói, e não tinha naquela época aqui no Acre. Daí, eu paguei 99 reais, em um body de algodão com aplicação em feltro, aí eu contei para uma amiga, e ela me estimulou a vender”, relembra a empresária, que é filha de pais comerciantes e sempre teve vontade de empreender.

Mesmo sem recurso pra investir, a mãe visionária encomendou as peças e pagou com um cartão de crédito, que pediu emprestado. Logo em seguida, junto de uma amiga que, posteriormente, se tornou sua sócia, Edmirk criou o instagram da Mamãe Coruja e começou a divulgar os produtos da loja virtual.

“Essa minha amiga morou nos Estados Unidos e disse que lá eles tinham o costume de colar adesivos nas roupinhas dos bebês para comemorar os ‘mêsversário’. Nós começamos a vender os adesivos, sem ter os adesivos e sem ter dinheiro também. Eu entrei em contato com o amigo de uma gráfica, pedi para ele fazer os adesivos pra mim. Quando cheguei lá, disse que tinha esquecido o cartão, mas, na verdade, eu fui vender primeiro para poder pagar, e assim nasceu a Mamãe Coruja”, relembra.

Para apostar no “incerto”, Edmirk conta que seguiu o seu ‘feeling’ empreendedor.

“Eu acreditava muito no meu sucesso. A gente seguir a nossa intuição, o instinto materno, conta muito. A gente também tem que seguir o nosso feeling e sai na frente quem executa. Muitas pessoas me criticaram, na época, porque eu larguei tudo, mas eu não me arrependo de jeito nenhum. Óbvio que não é fácil, mas vale a pena apostar na gente.”

Rede de Empreendedorismo Materno

A rede já conta com 1.500 mães cadastradas (Foto: Cedida)

A Rede de Empreendedorismo Materno do Acre – Compre de uma Mamãe reúne mulheres, mães empreendedoras, as quais, em sua maioria, são chefes de família e sustentam seus filhos sozinhas.

“Estamos na luta, tentando conscientizar o povo a apoiar essa causa, e fortalecendo o Empreendedorismo Materno e o consumo consciente. Já somos mais de 1500 mães cadastradas. Eu sinto muito orgulho de fazer parte da rede de empreendedorismo materno do Acre, que, na verdade, é uma causa, pois nós somos muito mais do que uma rede ou um grupo, somos mulheres reais”, observa Edmirk, que, há 9 anos, largou um concurso público, como engenheira agrônoma, para empreender e criar os dois filhos: Bernardo e Olívia.

Feira no Via Verde Shopping

No mês das mães, a Rede de Empreendedorismo do Acre promove, no Via Verde Shopping, em Rio Branco, a Feira Compre de uma Mãe. O evento reúne 50 empreendedoras maternas e uma grande variedade de produtos.

A feira no Via Verde Shopping, que já virou uma tradição, celebra  o aniversário de nove anos da Rede de Empreendedorismo Materno do Acre – Compre de uma Mamãe.

“Esse é segunda feira do ano no shopping; fizemos em março a feira do dia das mulheres e também participamos de vários eventos do governo, neste ano”, salienta Edmirk.

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