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‘Sonho em voltar a trabalhar e ter uma vida digna’, diz jardineiro que vive há dois meses em ponto de ônibus

Foto: Dell Pinheiro

Muitas pessoas não têm o que comemorar neste 1º de maio, Dia do Trabalhador. É o caso do gaúcho Paulo Renato Correia, de 60 anos.

Natural de Porto Alegre, Paulo está morando há quase dois meses em uma parada de ônibus desativada, próxima à Uninorte, em Rio Branco. Ele é mais um nas estatísticas da desigualdade no país, do contraste entre as ditas classes sociais, que, no caso do morador em situação de rua, é ainda mais latente em nossa sociedade.

O local onde ele ‘mora’ é cercado por prédios de luxo, onde alguns moradores, segundo Correia, se compadecem com a sua situação, e ajudam na alimentação.

Para sobreviver, Paulo, que é jardineiro, conta com o auxílio emergencial do governo federal, no valor de R$ 600, mas seu desejo é ter um trabalho para poder se manter e ter uma vida mais digna.

Foto: Dell Pinheiro

O gaúcho não quis entrar em detalhes sobre sua vida, e os motivos que o levaram a viver assim, porém, disse que começou uma vida de peregrino, conhecendo quase todo o Brasil, após se separar da esposa. Com ela, teve dois filhos, além de outros dois de relacionamentos anteriores.

“Fui casado há quase oito anos, morava em São Paulo. Me separei e comecei a andar pelo país. Só não conheço o Mato Grosso, Goiás e Brasília. Tenho quatro filhos espalhados pelo país. Tenho mais contato com uma filha que mora na capital paulista. Sou filho único, meus pais morreram e minha família são meus filhos. Tive um outro relacionamento, mas também não deu certo”, disse o jardineiro.

Paulo disse que, ao chegar à Capital acreana, passou um período no aeroporto. “Morei no aeroporto uns seis meses, ficava no saguão e na parte de fora. Depois tive que sair porque mudou a direção. Estou no Acre há pouco tempo, um pouco mais de um ano”.

O morador em situação de rua comentou da dificuldade em conseguir trabalho no Acre.

“Me encantei por Rio Branco. Já conheci outros locais, mas aqui é melhor. O que falta é conseguir um trabalho. Faço um ‘bico’ aqui outro ali, mas tá difícil. Quero voltar a exercer minha profissão, de voltar a ter dignidade, de ter um lugar digno para morar. Espero que alguém possa me ajudar a conseguir um emprego. Ainda tenho sonhos e muita fé em Deus. Quem quiser me ajudar, com qualquer quantia, pode enviar via PIX na chave (68) 992293334. Qualquer coisa que fizerem por mim agradeço de coração. Quem o Senhor abençoe a todos, dos que se sensibilizar com os que mais precisam”.

 

 

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