O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) irá recorrer da decisão da Justiça de não levar a júri popular os policiais militares denunciados pela morte de uma criança de 11 anos e outras duas pessoas durante uma operação policial em Rio Branco.
De acordo com a denúncia, os policiais Antônio de Jesus Batista e Alan Melo Martins foram acusados pela morte de Maria Cauane Araújo da Silva e Gleiton Silva. Os policiais Josemar de Farias, Wladimir Soares da Costa e Raimundo Costa foram denunciados pelo crime de homicídio contra Edmilson Fernandes da Silva Sales.
O caso ocorreu em 2018 durante uma ação da Polícia Militar no bairro Preventório. Segundo o comando do Bope, os agentes entraram no bairro com o objetivo de combater facções criminosas que atuavam na região, no entanto, a ação resultou na morte de três pessoas, incluindo a estudante Maria Cauane, que estava brincando com uma amiga quando foi atingida.
Após relatos das famílias das vítimas, o MPAC iniciou um procedimento investigatório, que resultou na apresentação da denúncia ao Poder Judiciário. As investigações foram conduzidas pelos promotores de Justiça Teotônio Rodrigues e Maria Fátima Ribeiro.
A decisão da Justiça, proferida na quinta-feira, 25, desclassificou o crime de homicídio doloso para culposo para os policiais Alan e Antônio, absolveu sumariamente Wladimir e Raimundo com base na legítima defesa e impronunciou Josemar por falta de indícios de autoria.
Diante da sentença que exclui os réus do julgamento popular solicitado na denúncia, o MPAC apresentará um recurso para que o caso seja reavaliado. O recurso será interposto pelo promotor Carlos Augusto Pescador, que responde pela 10ª Promotoria de Justiça Criminal.
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