O padre Fábio Amaro, indiciado pela Polícia Civil do Acre por suspeita de abuso sexual contra um adolescente de 15 anos, era um ferrenho opositor da distribuição de preservativos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em suas pregações, ele chegava a gritar contra a política de saúde pública responsável pelo controle de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
É o que diz um ex-fiel da igreja Católica que assistia as missas celebradas pelo sacerdote. Em seu perfil no Twitter, o homem, que preferiu não ser identificado na reportagem, lembra que, em 2011, o então padre proferiu um discurso atacando a distribuição de preservativos pelo poder público por contrariar as regras bíblicas.
Segundo o usuário da rede social, aquela foi a última vez em que frequentou a igreja. “Me irritei a ponto de sair e ir pro carro”, escreveu. “E ele era o diretor do seminário onde os adolescentes ficavam internos pra estudar pra carreira deles”, continuou.
O padre Amaro, que hoje mora no interior de Pernambuco, vai responder na Justiça por estupro. O crime teria sido cometido entre 2008 e 2009, nas dependências da paróquia. Ele renunciou ao ofício após a Diocese de Rio Branco descobrir as denúncias anos depois. Segundo a delegada Mariana Gomes, responsável pelo caso, as investigações já foram concluídas.