A lúpus é uma doença autoimune, desenvolvida majoritariamente pelas mulheres, que pode atingir vários órgãos e sistemas do nosso corpo. Entre eles, articulações, pele, rins, sangue, cérebro, coração e pulmões. Nesta quarta-feira, 10, é celebradoo Dia Mundial de Conscientizaçao do Lúpus. A data foi oficializada em 2004 e foi estabelecida com o propósito de trazer consciência e orientação para a população mundial sobre a doença, que ainda não tem cura.
Para chamar atenção para a problemática envolvendo a falta de políticas públicas e assistência às portadoras de lúpus, fibromialgia e doenças autoimunes, a vice-presidente da Câmara de Vereadores de Rio Branco, Lene Petecão (PSD), promoveu um debate na casa legislativa com portadoras das doenças e profissionais de saúde.
Diagnosticada com lúpus e fibromialgia, a líder voluntária e representante da Associação Nacional de Fibromiálgicos e Doenças Correlacionadas (Anfibro), Rosilene Queiroz, mais conhecida como Lene, usou a tribuna popular da Câmara Municipal, nesta quarta-feira, 10, para denunciar descasos do poder público e pedir ajuda dos parlamentares.
“A lúpus é uma doença grave, uma doença que leva a óbito e precisamos de atenção e tratamento digno. Muitas colegas tem ido a óbito por falta de medicação. E eu não quero morrer por falta de medicação, eu não quero ter que fazer hemodialise. Eu tenho que judicilizar uma medicação para manter meus rins funcionando para não ter que ir para a máquina”, afirmou Lene Queiroz.
Entre as denúncias feitas na tribuna popular, está a falta de distribuição do protetor solar que os portadores de lúpus precisam obrigatoriamente utilizar e não tem sido distribuído em unidades de saúde do município. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa), a medicação está em processo de licitação. As pacientes cobram mais agilidade no processo, uma vez que a falta do protetor solar implica em seu quadro clínico.
“Peço o apoio para a criação da política da saúde funcional baseada na Classificação Interncional de Funcionalidade em Capicidade e Saúde [CIF], que classifica a situação da pessoa em uma avaliação biopsicosocial, uma política voltada para a funcionlidade das pessoas, abraçando todas as doenças e proporcionando qualidade de vida aos pacientes. A nossa dor é real, a nossa dor tem sido invisibilizada”, destacou a ativista.
A enfermeira e terapeuta integrativa, mestra em Ciências da Saúde, Valéria Teixeira, enfatizou a necessidade de práticas integrativas aos pacientes. “O Sitema Único de Saúde, desde 2006, possui uma política pública de práticas integrativas e complementares, assegurando aos cidadãos técnicas não farmacológicos que podem melhorar a qualidade de vida. Essa política já existe e pode ser executada, e traria grande benefícios aos portadores de doenças autoimune, pois tratamento não é só remédio, nós precisamos levar qualidade de vida para quem convive com uma patologia que não tem cura”, destacou.
Durante a sessão, a vereadora Lene Petecão voltou a cobrar do poder público a distribuição do protetor solar, assegurado por meio de uma PL, aos portadores de lúpus, cadastrados na Semsa. “O Estado é inoperante. A saúde básica faz um papel, mas precisamos avançar, principalmente, na distribuição do protetor solar, que salva a vida dessas mulheres”, afirmou.