A troca de comando da executiva estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) no Acre, neste sábado, 27, pode trazer mudanças na postura da sigla frente às possíveis alianças para formação de chapa para as próximas eleições.
O atual presidente da legenda, Cesário Braga, anunciou que vai se afastar da direção da agremiação para se dedicar à coordenação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no estado. Em seu lugar, assume o ex-deputado estadual Daniel Zen, um dos quadros mais importantes do atual PT.
Braga vem de uma tendência interna do partido chamada Democracia Radical (DR), e, em alguns momentos de sua trajetória como militante e dirigente, fez jus a essa característica. “Sou mais estreito no que diz respeito a alianças. Tenho dificuldades, por exemplo, de compor com o MDB”, disse o dirigente À GAZETA.
Zen vem da mesma tendência que Cesário, porém tem perfil mais conciliador devido aos oito anos em que atuou como parlamentar, alguns deles como líder do então governador Tião Viana (PT), quando precisava negociar os interesses do governo com a oposição.
Por isso, o novo presidente, que é também professor de Direito da Universidade Federal do Acre, poderá, como dirigente da sigla, facilitar os diálogos para a construção de uma frente ampla para disputar as eleições municiais de 2024. É o que avalia Cesário. “Ele é bem mais ponderado que eu”, confessa o militante.
Caso opte por ampliar o leque de alianças para além dos já tradicionais partidos de esquerda, como o PCdoB, PSol e PV, Zen poderá ter na mesa de negociação partidos que romperam ou venham a romper com o atual prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, e com o governador Gladson Cameli, ambos do Progressistas.
Uma carta forte no baralho é o PSD de Sérgio Petecão, que teve quadros importantes exonerados pelo prefeito, nas últimas semanas, após o racha entre os dois. Nas eleições de 2022, por exemplo, não faltaram boatos de que PT e PSD uniriam forças contra Gladson Cameli (Progressistas), o que não se cumpriu.