O deputado estadual Emerson Jarude (MDB) usou suas redes sociais nesta terça-feira, 6, para mandar um duro recado ao seu partido, que, na semana passada, se reuniu para avaliar possível frente ampla com o PT, PCdoB e outras legendas para as eleições municipais de 2024.
O parlamentar afirmou que foi informado da intenção “com muita tristeza” e avisou que não participará da aliança, da qual chamou de “falsa”. Segundo ele, a frente “mira simplesmente o poder” e que o compromisso dele é com seus eleitores – tradicionalmente antipetistas.
A reportagem apurou que Jarude não teria sido convidado para a reunião da executiva estadual do MDB, embora seja o presidente do partido em Rio Branco – o que lhe dá direito de liderar a condução das eleições na capital no ano que vem ao lado do diretório estadual.
A informação que circula entre os apoiadores do deputado é que o MDB estaria fazendo um jogo para isolá-lo a fim de que abra mão de sua candidatura a prefeito de Rio Branco. No entanto, Jarude estaria relutante a ceder, uma vez que já o fez ano passado para dar lugar à ex-deputada federal Mara Rocha na disputa pelo governo. Ela obteve apenas 11% dos votos.
Em 2022, Jarude foi o terceiro deputado estadual mais votado do Acre e o mais votado do MDB. Ele foi conduzido ao comando da sigla em Rio Branco no final do ano, em eleições internas. Há rumores de que sua insatisfação com o comando do partido a nível estadual possa levá-lo ao União Brasil, partido dos senadores Alan Rick e Márcio Bittar.
A possível aproximação entre petistas e emedebistas é fruto da troca de comando no PT, realizada no final de maio. O novo presidente, o ex-deputado estadual Daniel Zen, tem perfil mais conciliador, ao contrário de seu antecessor, Cesário Braga, que, segundo o próprio, é “mais estreito” no que diz respeito a alianças. “tenho dificuldades, por exemplo, de compor com o MDB”, confessou ao A Gazeta, nas vésperas de sua despedida da presidência.