Os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) revelaram que, caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o considere inelegível no julgamento que começa na próxima quinta-feira, 22, a estratégia política será persistir na disputa eleitoral, sem indicar um sucessor, e confiar na possibilidade de reverter a derrota através de recursos judiciais, informam os jornalistas Carolina Linhares e Joelmir Tavares, em reportagem publicada na Folha de S. Paulo.
Nos bastidores, os políticos que apoiam Bolsonaro têm convicção de que haverá uma condenação por abuso de poder político relacionada à polêmica reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada em julho do ano passado, na qual o ex-presidente fez acusações sem apresentar provas contra o sistema eleitoral.
Embora a possível inelegibilidade possibilite o surgimento de outros nomes da direita nas eleições de 2026, os interlocutores de Bolsonaro acreditam que a construção de uma alternativa no campo bolsonarista neste momento enfraqueceria sua base política. Por isso, tem sido aconselhado ao ex-presidente que evite promover pré-candidaturas para não sinalizar uma desistência diante do revés jurídico, apontam os jornalistas.
A estratégia adotada será enfatizar que ainda há tempo até a próxima eleição para reverter a decisão, especialmente se houver um ambiente mais favorável nos tribunais superiores.
A orientação é persistir com recursos até o último momento e manter-se ativo na política, seguindo o exemplo do presidente Lula (PT) em 2018, que utilizou todos os recursos jurídicos disponíveis e só substituiu sua candidatura por Fernando Haddad quando não havia alternativa.
Brasil 247