Operação da Polícia Federal (PF) mira um grupo de WhatsApp composto por comandantes de batalhões e um assessor parlamentar do Exército. O relatório preliminar da PF, baseado na análise dos celulares apreendidos do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, revela conversas no grupo que oscilam entre resignação e propostas de golpe contra a eleição de Lula.
Segundo a reportagem de Cézar Feitoza, da Folha de S.Paulo, o grupo, intitulado “Dosssss!!!”, é composto por oficiais superiores do Exército que foram formados pela Academia Militar das Agulhas Negras entre 1993 e 2000. Atualmente, ocupam cargos de comando e assessoria parlamentar. O relatório identificou seis dos 12 militares presentes no grupo.
As mensagens analisadas pela PF abrangem o período de 27 de novembro de 2022 a 4 de janeiro de 2023. O coronel Gian Dermario da Silva, comandante do Centro de Instrução de Operações Especiais, é um dos críticos mais destacados do grupo. Em suas mensagens, ele sugere que o Exército poderia ter atuado anteriormente em áreas como Operações Especiais, Inteligência, Contra-Inteligência e Operações Psicológicas, dentro dos limites legais, a fim de “minimizar esses impactos”.
O coronel Marcio Nunes de Resende Junior, que atualmente trabalha no Estado-Maior do Exército, defende abertamente um golpe militar contra a democracia. Ele afirma que, se Bolsonaro acionar o artigo 142 da Constituição, as tropas não seriam contidas pelos generais. Outros militares do grupo também expressaram opiniões semelhantes.
Brasil 247