O assunto do planeta terra é sobre os bilionários que entraram num submarino para fazer uma expedição aos destroços do Titanic. O submarino não tinha controle próprio, era conduzido da terra, como um videogame e desapareceu com os tripulantes.
A interrogação que ficou: Os caras gastaram uma fortuna para chegar perto dos destroços de uma tragédia num navio conhecido por todos via filme, livros, documentários, e naufragou também?!
Uma vez passei por uma situação que parecia de risco na Amazônia boliviana e por alguns segundos pensei “vou morrer e nem meu corpo minha família vai poder enterrar e dizer o quanto eu era uma pessoa maravilhosa, paciente e modesta”.
Muita gente já comentou sobre qual deve ser o tédio desse povo que faz com que aceitem correr esse tipo de risco para ter alguma emoção.
Só queria acrescentar que acredito que bilionários fazem coisas assim também porque têm uma consciência de que, caso se perdessem oceano adentro, tudo seria feito para rastrear os mares e encontrá-los. Não só utilizando parte de seus bilhões, mas dinheiro público dos governos, como de fato aconteceu. Sabemos que se nos perdermos em uma mata, equipes de resgate vão nos procurar por uns dias e depois deixar pra lá porque há muita gente a socorrer em situações perigosas diversas.
Essas pessoas, os bilionários, se ficam doentes, têm um câncer, por exemplo, eles não têm acesso apenas ao melhor tratamento disponível. Eles conseguem chegar até o cientista que está testando num novo tratamento promissor. Eles têm acesso ao não disponível – e já internalizaram essa percepção em suas consciências.
Nós, pessoas comuns, sem bilhão ou milhão, sabemos que diante de uma doença ou desaparecimento, nossas famílias farão o que for possível por nós – mas enxergamos os limites.
O limite do que o SUS oferece, do que o plano cobre, do que seria possível gastar ou arrecadar com rifas. Mesmo assim, podemos morrer de algo que existe cura, mas não temos como pagar por ela. Morrer (ou ver quem a gente ama morrer) por falta de dinheiro é um pesadelo real e constante entre nós, não é mesmo?
Os bilionários não têm internalizado esse entendimento sobre quaisquer tipos de limite. Sentem que podem jogar dinheiro em tudo que a solução vem. E isso também explica porque são capazes de se sentir seguros descendo quilômetros abaixo do mar presos dentro de um cacareco de metal.