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Acre e Rondônia criam Comitê de Fortalecimento da Rota Interoceânica Amazônia Ocidental

Delegação acreana foi formada por deputados estaduais, secretários de Estado e assessores. Debate aconteceu no plenário da Assembleia Legislativa de Rondônia. Foto: Clemerson Ribeiro

Os governos e as assembleias legislativas dos estados do Acre e de Rondônia, em parceria com as federações e associações ligadas à indústria, ao comércio e ao setor produtivo, criaram na manhã desta segunda-feira, 10, o Comitê Interestadual de Fortalecimento da Rota Interoceânica Amazônia Ocidental. A agenda faz parte das ações estratégicas da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre (Seict) na reinserção do estado no cenário econômico internacional.

O encontro foi realizado no plenário deputada Lúcia Tereza, na Assembleia Legislativa do estado de Rondônia. Recepcionados pelo 2º vice-presidente da Casa, deputado Ribeiro do Sinpol (Patriota), a agenda de trabalho contou com a apresentação de dois painéis: o primeiro, comentado pelo titular da Seict, Assurbanipal Mesquita, promoveu a rota interoceânica Amazônia Ocidental; e o painel de potencialidades e balança comercial de Rondônia, pronunciado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico e vice-governador do estado de Rondônia, Sérgio Gonçalves.

Mesquita, que representou o governo do Acre, falou sobre a evolução das exportações acreanas entre os anos de 2010 e 2022, saindo de US$ 20,7 milhões para o volume US$ 53 milhões, destacando o setor agropecuário com a produção de milho e soja, o setor madeireiro, a castanha, suínos, bovinos e derivados.

“O governador Gladson Cameli tem um novo olhar no ambiente socioeconômico e de desenvolvimento humano. Nesta nova inserção regional e internacional, o Acre coloca o Brasil de frente para o Pacífico. Este novo cenário nos conecta com cerca de 30 milhões de habitantes. Estudos apontam novos negócios com geração de emprego e renda”, explicou Mesquita.

Gonçalves destacou a hidrovia do Madeira como corredor consolidado e reconheceu os avanços no modal rodoviário da interoceânica que corta o estado do Acre como um comércio de grande potencial de expansão.

“Os empresários chineses veem a entrada no Brasil pelo Atlântico. Assis Brasil é um caminho contínuo, o que precisa é vencer os gargalos, entre eles o da cota de caminhões que trafegam nos dois países para que as portas realmente possam se abrir para que haja fluidez nas transações comerciais”, justificou Gonçalves.

Outra participação importante no debate foi dos representantes peruanos. Membro agrícola da embaixada do Brasil em Lima, Ângela Pimenta Peres, vê a rota promovida pelo Acre como uma “rede de acordo importante para exportações brasileiras e uma conexão do Brasil com a Ásia e a Oceania”.

Henry Alvarez, consultor da Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), defendeu um acordo para facilitação da exportação e importação dos produtos entre Brasil e Peru. “Em 2022 US$ 58 milhões foram negociados via terrestre pelo comércio transfronteiriço. Isso precisa ser fortalecido, contribuindo com mais desenvolvimento para 31 municípios e províncias peruanas cortados por essa rota”, analisou Alvarez.

Para o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Acre, deputado estadual Luiz Gonzaga (PSDB), com o apoio de Rondônia, o próximo passo é a busca de integração nos estados de Mato Grosso e Amazonas. “A nossa rota está funcionando. Ampliar o uso desse corredor é um desafio e, ao mesmo tempo, uma oportunidade. Essa união nos coloca no caminho certo para o crescimento da qualidade de vida de toda a sociedade”, acrescentou Gonzaga.

O 2º vice-presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia, deputado Ribeiro do Sinpol, falou da honra de receber a caravana acreana voltada ao fortalecimento da indústria. “Saímos com um direcionamento importante para a geração de emprego. Através da união, vamos superar os obstáculos e dar tranquilidade de escoamento de nossas commodities pelo Pacífico”, concluiu Sinpol.

A agenda definiu como principal encaminhamento a criação do comitê interestadual com representatividade das Assembleias, dos governos estaduais, os setores produtivo, da indústria e do comércio.

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