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Ator acreano que compõe o elenco de Terra Paixão, na Globo, destaca importância do protagonismo indígena

Iraê Suyane Moreira, Cauã Reymond, Mapu Huni Kuin e Daniel Munduruku — Foto: Globo/Manoella Mello

Em entrevista à revista QUEM, o ator acreano Mapu Huni Kuin, que está atuando em Terra Paixão, como Raoni Guató, falou sobre o seu desenvolvimento artístico antes de estrear na novela das nove da TV Globo.

“Desde pequenos, somos ensinados sobre a questão da arte, de entender que temos o poder da palavra. Mesmo assim, a partir de 2015, comecei a entender melhor isso e como a arte pode ser uma forma de lutar sem agredir ao próximo. A gente leva o amor, a paz e a nossa história por meio da arte. Estou feliz de poder levar a mensagem de um filho da Terra”, disse a liderança indígena acreana.

Entre os muitos sonhos que alimenta, Mapu destacou para a QUEM o de ver protagonistas de povos originários nas novelas.

“Seria um grande sonho ver protagonistas indígenas nas novelas. A novela e o público só têm a ganhar com isso. Podemos abordar temas como uma forma de reeducar a sociedade. Além disso, é uma forma de reconhecimento e empoderamento dos povos originários”, observou.

Nos bastidores, Mapu costuma compartilhar um pouco de sua tradição com os colegas de elenco, entre eles, o ator Cauã Reymond.

Alok e Mapu (Foto: Reprodução Instagram)

“A novela hoje, de certa forma, dá visibilidade porque atinge muitas pessoas. Elas estão começando a conhecer os indígenas e a entender que estamos aqui para preservar. Somos cuidadores de tudo que foi construído nesta criação sagrada do universo. Têm muitas pessoas que querem ouvir de que forma podem contribuir para a preservação da natureza. Já tive alguns momentos de troca com o elenco. Já conversei com o Cauã (Reymond), Bárbara (Reis), Daniel (Munduruku) e com a Leona (Cavalli). Falo muito sobre a medicina por meio das plantas. Alguns estão interessados em participar dos outros trabalhos que faço e compartilhar seus conhecimentos também”, contou.

Atualmente, Mapu concilia sua agenda de gravações com palestras e seu trabalho como líder espiritual e no projeto social com a Huwã Karu Yuxibu Official.

“A gente não escolhe ser líder espiritual, é escolhido. Quando a minha mãe estava grávida, falaram que eu ia ser líder espiritual. Tenho que cumprir com as minhas obrigações. Tenho que ser exemplo, paciente, respeitoso, ter palavras positivas e boas para falar e sempre estar conectado com a natureza. Sou a pessoa que intermedeia e resolve as coisas na paz, ensinando as pessoas que não sabem. Tenho uma equipe que concilia minhas agendas como líder espiritual com a de ator e cantor, mas busco orientação espiritual para saber o caminho que devo seguir”, salientou o jovem, que tem uma parceria de trabalho com o DJ Alok.

“É uma forma de expressar por meio da música a vibração da floresta, levando a mensagem da paz, do amor, da alegria, da luz do sol e do amor-próprio”, frisou. Entre os trabalhos de Mapu, o mais atual é o projeto musical Futuro Ancestral, do qual tem feito a divulgação em vários lugares do Brasil e países.

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