A Defensoria Pública do Acre (DPE-AC) encaminhou um ofício, na última segunda-feira (3), pedindo explicações à Unimed sobre a demora na construção do pronto atendimento infantil em Rio Branco. A cobrança foi motivada por inúmeras tentativas da DPE-AC em ter acesso a esses esclarecimentos e também por reclamações de mães que procuraram o órgão.
A reportagem entrou em contato com a Unimed, que informou que o estudos e viabilidade ainda estão em andamento. ” No período, várias negociações para realização desse sonho não avançaram com a rede prestadora, levando a novas avaliações de mercado que estão em andamento”, destaca a nota.
Essas mães que têm plano de saúde com a prestadora buscaram a DPE-AC reclamando dos serviços ofertados na Urgil, único hospital infantil particular da capital que tem convênio com a Unimed. A unidade de saúde, inclusive, é alvo de uma ação civil pública impetrada pela DPE-AC no Tribunal de Justiça do Estado (TJ-AC).
Diante das diversas reclamações, representantes da Unimed chegaram a se reunir com a defensoria e apresentar um plano de construção do pronto atendimento infantil. A defensora pública que atua no Subnúcleo de Direitos Humanos 1 (SDH1), Juliana Caobianco, explicou que a prestadora de serviço não voltou a falar do planejamento.
“Reuniões ocorreram em 2022 para que providenciasse o pronto atendimento infantil, já que alega que não tem interesse da iniciativa privada em fazer concorrência com a Urgil. Que ela proporcionasse isso para o público infantil. Oficiamos e não tivemos respostas plausíveis e reativamos esse diálogo diante dessa crescente demanda e reclamações, inclusive agora com essa onda de síndromes respiratórias”, destacou.
No ofício, a defensora deu um prazo de 5 dias para a Unimed responder a demanda. Após as denúncias das mães, a defensoria diz que tentou dialogar com a Urgil para que a falta de estrutura e melhorias nos serviços fossem resolvidos de forma amigável, contudo, sem sucesso.
Concomitantemente, foi iniciado o diálogo com a Unimed para que fosse construído o pronto atendimento infantil e garantisse um melhor atendimento às crianças.
“É impossível desassociar essas duas realidades: a problemática da Urgil, com a sua infraestrutura e irregularidades devidamente comprovadas pelos órgãos de fiscalização e a Unimed que vende os planos de saúde para crianças contemplando o atendimento de urgência e emergência sem oferecer um serviço de qualidade ao usuário que não tem opção de escolher um hospital conveniado ou outro, já que a Urgil é o único hospital [conveniado] da capital”, lamentou.
Ainda em defesa, a Unimed destacou que tem compromisso com os beneficiários de Rio Branco, pontuando algumas ações da prestadora nos últimos meses. “Expansão do serviço de laboratório e a construção de uma unidade referência para atendimento do paciente com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Instituto Unimed Terapias, que teve investimento superior a R$ 2 milhões.”
Portal G1 Acre