O Jornal Varadouro, que circulou no Acre entre 1977 e 1981, está sendo exposto na Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, através da mostra Uma Janela Para o Armazém de Periódicos, que conta a história dos jornais impressos do país.
A exposição abriu nesta sexta-feira, 14, e traz cerca de 80 itens da mais antiga e completa coleção de periódicos do pais. O evento marca o centenário da Coordenação de Publicações Seriadas, que foi celebrado no ano passado.
Entre os mais de 370 volumes de periódicos preservados, a exposição conta com edições do jornal Varadouro, que surgiu em Rio Branco, em maio de 1977, e foi um marco na imprensa crítica da região amazônica.
O jornal pautava o que hoje chamamos de jornalismo socioambiental, abordando problemas ecológicos como o desmatamento; a substituição da sobrevivência sustentável na floresta pela criação de gado e a exploração de seringueiros e outros trabalhadores.
Denominado “Um jornal das selvas” pelo seu próprio subtítulo, o Varadouro era escrito em linguagem popular, de forma simples e direta, mas também crítica e debatedora. Além disso, chegou a ser vendido, pessoalmente, por Chico Mendes e comprado entre seringueiros e outros habitantes do município de Xapuri.
Neste ano, o periódico, produzido pela empresa jornalística Macauã Produções Gráficas e Publicações, e montada pelos sócios Elson Martins da Silveira, Silvio Martinello, Abrahim Farhat Neto, Luís Carvalho, Célia Pedrina Rodrigues Alves, Alberto Furtado e Arquilau de Castro Melo, completa quarenta e seis anos desde a primeira edição.