O eletricista Márcio do Santos, de 39 anos, procurou a redação do site A GAZETA para denunciar um suposto caso de maus-tratos que, segundo ele, teria sido praticado contra a sua filha de apenas 12 anos por uma professora da Escola Estadual Elozira dos Santos Thomé, em Rio Branco.
Segundo Márcio, uma professora estaria maltratando e agredindo psicologicamente estudantes. Ao registrar um boletim de ocorrência, nesta sexta-feira, 7, o pai conta que a filha teria sido empurrada pela professora, que destratou a adolescente por não gostar de uma atividade escolar que a menina teria feito.
“Os alunos estão sofrendo preconceito, abuso psicológico, maus-tratos e vários tipos de insultos”, afirmou o denunciante.
A menina estuda o 7° ano e, na mesma classe, outros estudantes teriam aproveitaram a ida de Márcio a escola para lhe entregar cartas também denunciando a servidora.
“Quando eu fui na escola, os alunos me deram as cartas dizendo que a professora xinga eles de palavrão. E aí eu fui lá ver isso, ela [professora] me tratou com bastante ignorância”, disse Márcio.
Questionado se teria levado a denúncia a direção do escola, Márcio disse que conversou uma coordenadora de ensino que lhe assegurou que a professora receberia uma advertência por escrito. “Eles marcaram uma reunião com a minha filha e a professora, mas eles não poderiam fazer isso porque quem responde por uma menor são os pais”.
Ainda segundo o pai, a menina não tem problemas com outros professores. “A minha filha tem 12 anos e eu nunca precisei ir na escola por causa de reclamação, ao contrário, fui lá hoje de manhã e os professores dela me trataram super bem, elogiaram ela, que é uma moça muito educada”, afirmou Márcio, que quer levar o caso ao secretário de Educação. “Pretendo levar isso adiante e, inclusive, tirar a minha filha da escola”.
Segundo Márcio, os estudantes lhe deram cartas denunciando a professora:
Versão da escola
Procurada pela reportagem, a diretora da Escola Estadual Elozira dos Santos Thomé, Clécia Moura, contou uma versão diferente da história narrada pelo pai.
“Quem viu essa menina sair da sala, ontem, fui eu mesma. É uma menina que tem dado problema desde o 6° ano, questões socioemocionais mesmo, que já vem de casa. Ela está chorando, sempre com problemas, sempre tendo crise. Ontem quando eu a vi chorando, perguntei o que tinha acontecido e ela disse que havia sido grossa com a professora e que a professora também teria sido grossa com ela”, afirma Clécia.
De acordo com a diretora, quem conversou com o pai da menina, nesta sexta-feira, 7, na escola foi a coordenadora, pois ela estava em outro atendimento. “Quando o pai conversou com a coordenadora e chamamos a professora, foi relatado o que aconteceu. Não foi como a criança disse. A criança criou essa história, porque realmente ela gritou com a professora e a professora teve que ser firme com ela, mas em nenhum momento a professora triscou na aluna”, destacou.
Ainda segundo Clécia, a escola dispõe de assistentes na sala de aula e versão contada pelo pai não seria a mesma versão compartilhada pela servidora. “Tudo que esse pai está falando são inverdades. E é bom que ele tenha feito boletim de ocorrência porque na Delegacia do Menor tem psicólogos especialistas para ouvir a criança. Quem sabe até se descubra porque ela tem a personalidade tão abalada”, endossou.
A diretora nega ainda que a coordenadora tenha dito que a professora seria advertida, uma vez que as versões sobre a situação na sala de aula não eram iguais.