A produtora de ‘No dente de cachorro’, um curta-metragem acreano de pouco mais de três minutos, gravado com câmera de celular, participará, graças à produção, de um evento de cinema independente no Rio de Janeiro, neste dia 4 de agosto.
Produzido pela acreana Joelma Ribeiro, de 27 anos, que é realizadora audiovisual e estudante de direito, ‘No dente de cachorro’ entrará no debate do evento Cinema Correria, de viés cultural e acadêmico, que busca discutir a construção coletiva de filmes considerados à margem do padrão comercial de produção.
O curtíssima metragem, que teve repercussão nacional, sendo exibida no Acre e no Rio de Janeiro, resgata o período de colonização do Acre na época em que se montou o contexto socioeconômico no ciclo da borracha, mostra a violência contra as mulheres da época, que eram ‘pegas a laço’.
“São mulheres ‘pegas a laço’ ou ‘mulheres pegas a cachorro’, que é uma expressão utilizada comumente no Norte do Brasil, da época em que mulheres indígenas eram pegas nas matas para servirem como escravas sexuais dos seringueiros”, explica Joelma.
O curta foi gravado no Parque Capitão Siríaco, em Rio Branco, com câmera de telefone, em uma produção que durou cerca de 6 horas, sendo exibido no Festival Cine Educação (2021), na V Mostra de Cine Diversidade na Sessão Corpos Visíveis (2022), no Rio, e na Mostra Audiovisual de Curtas organizada pelo Comitê Chico Mendes (2022), em Rio Branco, Acre.