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Espécie de cobra rara do Acre é enviada para o RJ para ajudar na fabricação de remédios

Uma cobra da espécie surucucu pico-de-jaca, com nome cientíco Lachesis muta, uma das mais venenosas do país, foi enviada do Acre para o Rio de Janeiro, nesta quarta-feira, 9, onde irá compor o acervo do Instituto Vital Brazil.

O animal, que foi enviado em um voo da Latam, deverá ter sua peçonha utilizada para produzir soros antiofídicos e medicamentos.

Além disso, o veneno da pico-de-jaca ajudará na fabricação de soro antiofídico também do tipo antibotrópico-laquético (SABL), utilizado no tratamento de pacientes picados por outras cobras peçonhentas, dos gêneros Bothrops, como a jararaca, jararacuçu, urutu, cotiara, caiçara e outras. O medicamento também pode ajudar no tratamento de pacientes vítimas de picadas das Crotalus, a cascavel.

A Lachesis muta, mais conhecida como surucucu-pico-de-jaca, pico-de-jaca, bico-de-jaca, surucucu-cospe-fogo, surucucu-apaga-fogo ou apenas surucucu, é a maior cobra peçonhenta das Américas, podendo chegar a 3,5 metros de comprimento.

Ela pertence à família Viperidae (víboras), sendo as serpentes que mais causam acidentes ofídicos nas Américas (ocasionados principalmente pelas cascavéis e jararacas), mas é a partir dessas espécies que vários medicamentos são produzidos.

A família Viperidae (Víboras) contém cerca de 321 espécies distribuídas no mundo todo e podem ser identificadas somente por profissionais.

A mordida de uma surucucu-pico-de-jaca pode ser fatal, pois ela é uma das maiores e mais perigosas cobras da América do Sul.

As vítimas geralmente se queixam de dor no local da picada e o inchaço pode ser evidente. Pode ocorrer destruição tecidual local significativa, juntamente com uma coagulopatia substancial. As vítimas também podem apresentar sintomas adicionais que são únicos, como hipotensão abrupta, diminuição da frequência cardíaca, cólicas intensas e diarreia sanguinolenta. A terapia médica imediata evita esses problemas.

O veneno laquético possui ação proteolítica (atividade inflamatória aguda), hemorrágica, coagulante e neurotóxica, que, dependendo da quantidade de veneno introduzido, serão responsáveis pela gravidade e manifestações clínicas.

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