As gêmeas Allana e Mariah, de 2 anos, que nasceram unidas pela cabeça, foram totalmente separadas neste domingo, 20, informou o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP).
A cirurgia final, dentre as várias realizadas nos últimos meses, começou ainda no sábado, 19, e terminou por volta das 8h do dia seguinte, cerca de 25 horas depois.
Segundo o HC, as gêmeas passam bem e se recuperam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade. Não há previsão de alta.
Ao todo, 50 profissionais participaram do procedimento, entre médicos, enfermeiros, instrumentadores e equipe de apoio.
Os detalhes sobre como foi a cirurgia e o estado de saúde das irmãs devem ser divulgados em uma coletiva de imprensa prevista para o final de setembro.
O que estava previsto para ser feito? No procedimento, estava prevista a dissecção de cerca de 25% dos vasos sanguíneos que ainda restavam separar.
Além disso, as gêmeas seriam submetidas à cranioplastia, etapa para fechar a calota craniana e da pele que recobre a cabeça de cada uma das meninas.
Como foi a preparação? A cirurgia final estava inicialmente marcada para acontecer em julho, mas foi adiada após as irmãs apresentarem suspeita de dengue.
Às vésperas da data inicial, Allana e Mariah passaram por um procedimento de expansão final das bolsas instaladas sob a pele das cabeças para ganhar ‘espaço’ para a cobertura craniana, que será feita após a separação.
Segundo os médicos, as bolsas atingiram volumes de 530 ml e 670 ml cada.
Elas também passaram por exames de ressonância magnética e tomografia para checagem das condições cerebrais para a cirurgia de separação total.
Cirurgia anterior foi em março
A terceira cirurgia para separação dos crânios das gêmeas siamesas ocorreu no dia 11 de março, em um procedimento que durou sete horas.
Allana e Mariah passaram pela primeira neurocirurgia em agosto de 2022, quando tiveram as veias do cérebro separadas.
Três meses depois, em novembro, elas foram submetidas ao segundo procedimento.
O caso das meninas é extremamente raro, com um registro a cada 2,5 milhões de nascimentos. As irmãs nasceram em Ribeirão Preto no dia 9 de dezembro de 2020, mas vivem com a família em Piquerobi (SP).
A anomalia foi diagnosticada quando elas ainda estavam na barriga da mãe. Desde 2021, elas são acompanhadas no HC.
Desde a primeira cirurgia, os profissionais utilizam tecnologia de ponta para os procedimentos e contam com exames clínicos, laboratoriais e de imagem de ressonância magnética, além de tomografia computadorizada integrada a um sistema de realidade virtual.
G1