O igarapé São Francisco e seus afluentes passam por uma grande ação de limpeza desencadeada pela Prefeitura de Rio Branco. A meta é retirar o acúmulo de todo tipo de sujeira às margens e no leito do igarapé São Francisco e fazer com o que o “velho Chico” volte a respirar. A limpeza começou esta semana por um dos afluentes do São Francisco, o igarapé Batista.
O coordenador de Serviços, Ylter Holanda, explica que foi necessário iniciar por um afluente, pois todo o entulho e dejetos do igarapé Batista são levados pela água para o São Francisco. A complexidade do trabalho exige, por exemplo, que em alguns locais, como no bairro Conquista, caminhos sejam abertos para que as máquinas cheguem até o leito do igarapé. Em algumas etapas o serviço é feito de forma manual ou com o uso de motosserras. As equipes também utilizam o apoio de um barco.
A dona de casa Maria das Dores, que mora às margens do igarapé há mais de 20 anos, diz que nunca viu uma ação de limpeza desse porte no leito e às margens do igarapé.
“Nós esperavávamos todo santo dia, mas nunca chegou esse momento, agora chegou. Está ficando bom. Eu fui ali na casa do meu menino, está uma maravilha”, comemora lembrando da época em que o igarapé era limpo e servia a comunidade e as pessoas tomavam banho e pescavam. “Hoje morre peixe aí. Tudo por causa desse entulho”.
Em um dos trechos do igarapé Batista é comum o acúmulo de lixo durante a enxurrada, por se tratar de uma curva comprometendo o fluxo normal da água. O encarregado Cristiano Mendes explica que não é lixo de perto, mas que vai sendo levado de longe pela força das águas.
Todo o lixo retirado das margens e do leito do igarapé é colocado na caçamba e levado para a Unidade de Tratamento de Resíduos Sólidos. Após o recolhimento do material de maior volume, os trabalhadores fazem o serviço de catação dos resíduos menores de forma manual. João Batista Figueiredo mora bem próximo ao igarapé. Ele conhece bem os transtornos no período de enxurrada.
“No período de inverno a alagação e a sujeira contribuem para que a água se acumule mais e vai alagando para os quintais e tem a questão de insetos, bichos peçonhentos, cobra. Essa limpeza aqui já vai afastando tudo isso aí”, avalia o morador.