Em Cruzeiro do Sul, a Polícia Civil tomou conhecimento de um caso em que uma técnica de enfermagem, que também é influenciadora digital, expôs nas redes sociais a gravidez de uma adolescente. Após denúncias, a polícia vem realizando diligências para apurar os fatos.
Segundo informações obtidas, a adolescente engravidou aos 13 anos de um homem de 68 anos, que atua como barqueiro na região. Diante dessa situação, a jovem é considerada vítima de estupro de vulnerável.
A técnica de enfermagem, responsável pela exposição da adolescente nas redes sociais, foi interrogada pelas autoridades policiais. Ela alegou que a prática de divulgar pacientes é comum na maternidade, onde trabalha e que apenas registrou o momento por considerá-lo uma ocasião feliz de sua rotina. A mulher também afirmou que obteve o consentimento da adolescente para gravar os vídeos, mas não solicitou autorização para publicá-los.
Em depoimento, a adolescente afirmou que a profissional de saúde pediu autorização para gravar, mas não mencionou a intenção de divulgar nas redes sociais. Ela ficou extremamente assustada com a viralização do conteúdo, já que o caso envolvia uma situação delicada e traumática.
Após a repercussão negativa dos vídeos, a técnica de enfermagem procurou novamente a adolescente e prometeu-lhe um presente, o que levanta suspeitas sobre um possível consentimento forçado. A Polícia Civil está investigando essa nova abordagem da profissional de saúde.
O caso se tornou ainda mais preocupante ao ser identificado que a adolescente fez o pré-natal aos 13 anos, e as autoridades não foram comunicadas sobre essa situação, o que levanta a suspeita se houve omissão por parte dos profissionais envolvidos.
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), no artigo 232, prevê pena de detenção de seis meses a dois anos para aqueles que submeterem crianças ou adolescentes a vexame ou constrangimento.
A Polícia Civil, por meio de uma denúncia anônima, tomou conhecimento do conteúdo exposto nas redes sociais, que teve mais de 87 mil compartilhamentos.
Agora, as autoridades estão empenhadas em investigar o caso e garantir a proteção da adolescente vítima, bem como apurar eventuais responsabilidades dos envolvidos na exposição vexatória e omissão de informações às autoridades competentes.
(Ascom/ PCAC)