Em coletiva de imprensa, promovida na manhã desta terça-feira, 8, os parlamentares da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) anunciaram medidas que irão tomar para buscar solucionar a crise área que o estado enfrenta nos últimos anos e que tem se agravado, nos últimos meses.
Com os preços das passagens de avião exorbitantes e voos limitados, os deputados pretendem realizar uma audiência pública com a presença do ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, para debater soluções.
Participaram da coletiva os deputados: Tadeu Hassem (Republicanos), Maria Antônia (PP), Gilberto Lira (União Brasil), Edvaldo Magalhães (PCdoB), Eduardo Ribeiro (PSD), Nicolau Junior (PP), Pedro Longo (PDT), Michelle Melo (PDT), Afonso Fernandes (PL), Marcus Cavalcante (PP), Pablo Bregense (PSD), Fagner Calegario (Podemos), Emerson Jarude (Novo), André Vale (Podemos), Gene Diniz (PP), Adailton Cruz (PSB), Arlenilson Cunha (PL), Clodoaldo Rodrigues (PP) e Antonia Sales (MDB).
O presidente em exercício, deputado Pedro Longo (PDT), pontuou que a crise aérea tem afetado a população acreana de várias formas. Ele citou como exemplo os horários dos voos, as dificuldades enfrentadas por empresários e até cancelamentos de shows. Citou também que o desenvolvimento da aviação regional e internacionalização dos aeroportos de Rio Branco e Cruzeiro do Sul são alternativas indicadas por deputados.
“A decisão de fazermos essa coletiva é para dizer que a Aleac está se tornando protagonista no tema crise aérea, algo que tem afetado muito a população acreana, portanto, não podemos ser omissos. Realizaremos uma audiência pública com a presença do ministro Márcio França e também a diretoria da Anac, que dispõe de mecanismos para induzir soluções. Esse tema será prioridade, durante todo o segundo semestre deste ano”, afirmou.
O primeiro-secretário da Aleac, deputado Nicolau Júnior (PP), ressaltou que os problemas do sistema aéreo do Estado já ultrapassou os limites aceitáveis e, por isso, os parlamentares tomaram a iniciativa de buscar uma solução e convidar os demais poderes para se unirem nessa causa.
“A Aleac toma essa iniciativa para que outros poderes se unam a nós. Perdemos o voo que vinha de São Paulo, pois a Gol tirou, voos para Cruzeiro do Sul diminuíram muito, de Porto Velho para cá não tem mais voo, tudo isso é inadmissível. Nos últimos três meses, as passagens aéreas tiveram valores saltados, mesmo o governo já tendo baixado o ICMS do querosene e da gasolina, então cada deputado estadual se compromete em lutar por essa causa. Também vamos requerer voos diurnos. Fico feliz em ver a união dos parlamentares, pois queremos um estado melhor”, asseverou.
O deputado Eduardo Ribeiro (PSD) destacou a importância da Aleac protagonizar o debate. “Esta Casa está de parabéns por tomar para si esse problema, que tem sido crônico no Estado, que tem atormentado o povo acreano. Esse é só o início de uma luta que ainda terá muitos desdobramentos positivos, se Deus quiser”, disse.
Em seguida, o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) frisou que a atitude do parlamento acreano em debater amplamente o tema demonstra a sensibilidade da Casa de Leis com a crise aérea que a população enfrenta há anos.
“Tem algumas bandeiras que não podem ser bandeiras de parlamentar, mas sim do Estado, porque essa questão dos voos já é um problema da sociedade, um problema grave e que exige uma atitude diferente. Portanto, quero parabenizar a atitude desta Casa, que decidiu trazer para dentro do plenário uma audiência pública, com cara de seminário, que contará com a presença do ministro de portos e aeroportos, que é a autoridade que está tratando do assunto no momento. Porque é isso que precisamos fazer, discutir o problema no coração da Amazônia, problema que só a gente enfrenta. Há muito tempo somos final de linha, com poucos voos e com passagens caríssimas. Isso foi o que restou para o Acre e essa realidade precisa mudar”, enfatizou.
A líder do governo na Aleac, deputada Dra. Michelle Melo (PDT), disse que, infelizmente, os acreanos já acostumaram com a carestia das passagens no Estado, mesmo o serviço não condizendo com os valores aplicados. Ela também lembrou que acreanos que precisam fazer Tratamento Fora de Domicílio (TFD), muitas vezes têm seus voos cancelados.
“Parabéns aos deputados envolvidos na causa. A crise aérea é uma realidade e, infelizmente, já nos acostumamos a carestia, voos de madrugada e cancelamentos de voos. Mas, cada vez se torna mais difícil sair daqui para cumprir agendas fora, não só os sistemas comerciais e empresariais são afetados, mas o público em geral. Temos pessoas que precisam viajar para fazer tratamento fora do Estado e não conseguem. O que está acontecendo com os aviões não é uma questão pontual de viajar ou não, mas uma crise que afeta as mais diversas áreas. O povo tem cobrado que esse isolamento seja vencido”, disse.