Durante o período de estiagem, a seca severa ‘castiga’ rios e igarapés da nossa região. Por conta dessa situação, produtores rurais e ribeirinhos podem ficar sem o pescado para subsistência. Na Capital, o Rio Acre, principal manancial do município, registrou 1,48 metro, nesta quinta-feira, 21. Com o baixo fluxo de água no rio, com perda rápida de volume desde o início do verão amazônico, os peixes não conseguem se reproduzir e nem sobrevivem.
Na região do Humaitá, em Porto Acre, o curso do Rio Acre tomou outra direção devido à seca. Ele foi desviado em uma área de curva, mudando completamente a paisagem do lugar. O fenômeno natural, que já destruiu 80 metros de barranco, ocorreu próximo a “Cachoeira do Abraão”, na linha 7, Ramal do Biroca, onde se tornou atrativo turístico.
No local, a vegetação e a areia foram levadas pela correnteza no período de cheia. Nos barrancos, existem várias plantações, inclusive de melancia.
Dificuldades de navegação e desova dos peixes (piracema)
Os produtores estão tendo dificuldades de navegar. Para passar, eles precisam tirar a canoa da água com as mãos pelo barranco até passar a área de cachoeira. Mas, tem outro problema mais grave. Os peixes estão com dificuldades para subir o rio e fazer a desova. Muitos conseguem vencer a força da água, e a altura do sedimento, mas outros batem e voltam.
Com os peixes retidos na queda-d’água, quem aproveita são os pescadores. Eles ficam de olho nos locais onde eles estão tentando passar. Em seguida, usam redes para pegar aqueles que viraram presas fáceis e tentam voltar. No entanto, essa prática pode ser criminosa, e se continuar, pode falta o pescado para os ribeirinhos no próximo ano.
Piracema é o período em que os cardumes de água doce migram por longas distâncias, subindo os cursos dos rios, contra a correnteza, em direção a suas nascentes em seu período de reprodução, buscando um local apropriado para a desova e alimentação.