O tom apelativo das notícias nos deprime e enfraquece. O sensacionalismo nos incita o medo de tudo. A liberdade não consiste em estar informado, mas em refletir sobre a informação. Que não é exatamente conhecimento. Conhecimento é o que cada um consegue fazer da enxurrada de informações cada vez mais sensacionalistas e violentas.
A internet começou como um espaço livre, democrático, e acabou virando um presídio do pensamento, sobretudo de um pensamento mais original. Não por acaso muitos alunos passaram a menosprezar a figura humana da professora, do professor em sala de aula. É uma figura um tanto enfraquecida, que parece ultrapassada pela tecnologia excessiva, mas ainda luta pelo conhecimento. Por isso talvez seja tão perseguida, às vezes escorraçada, esfaqueada, assassinada por aqueles que não prezam o conhecimento, porque simplesmente o desconhecem.
Muitos amigos, professores de colégios, têm me contado histórias aterrorizantes desde que foi instaurado um poder paralelo com informações, fake news e todo tipo de manipulação para impedir o raciocínio e o conhecimento. Inventaram a Escola sem Partido fingindo “proteger” alunos.
O efeito de toda essa perversão é o desrespeito cruel em relação aos mestres. Uma ex professora de História me contou que, durante uma aula sobre a ditadura dos anos 1960-70 no Brasil, um aluno a xingou de “comunista” com virulência. Ela perguntou o que ele entendia por “comunista”, ele não tinha a menor ideia.
Sair do celular e ler um livro é atualmente o maior ato de resistência: fundamental, urgente, urgentíssimo. Trocar a mera informação pelo verdadeiro conhecimento é uma revolução.