A Marinha colombiana anunciou, nesta quinta-feira, ter apreendido cerca de três toneladas de cocaína com alto teor de pureza em um narcossubmarino no oceano Pacífico. De acordo com as autoridades, o carregamento de droga foi avaliado em US$ 170 milhões, o equivalente a R$ 882 milhões.
A droga estava armazenada em 185 recipientes, levados dentro do semisubmersível de 20 metros de comprimento.
Quatro homens estavam dentro da embarcação. Eles foram presos e levados para Tumaco, município do departamento de Nãrino, e estão à disposição de Procuradoria-Geral da República. Testes de laboratório confirmaram que o material apreendido dentro narcossubmarino era cocaína.
Ainda segundo a Marinha, os 3.201 kg de cocaína levados pela embarcação poderiam ser distribuídos em mais de oito milhões de doses. Apenas em 2023, segundo a Marinha da Colômbia, 19 semisubmersíveis foram capturados pelas autoridades nas águas do país.
Maior narcossubmarino apreendido
Em maio deste ano, a Marinha colombiana apreendeu o maior narcossubmarino da História da Colômbia, com 30 metros de comprimento e três metros de largura. A embarcação levava cerca de três toneladas de droga. O semissubmersível foi interceptado quando seguia para a América Central, uma das rotas mais utilizadas para o tráfico ilegal para os Estados Unidos, principal consumidor mundial de cocaína colombiana.
Esse é o maior semissubmersível identificado desde o início dos registros, em 1993, no maior produtor de cocaína do mundo. Em três décadas, a Marinha apreendeu 228 navios desse tipo, que saem carregados com toneladas de drogas do Oceano Pacífico para os Estados Unidos ou até cruzam o Atlântico para chegar à Europa.
De nacionalidade colombiana, os tripulantes detidos alegaram ter sido “obrigados por uma organização do narcotráfico a embarcar e levar o semissubmersível com o alcaloide para a América Central”, segundo o boletim.
Após a operação, os homens de 63, 54 e 45 anos foram conduzidos a Tumaco (sul) para serem entregues à justiça. Segundo cálculos da Marinha, a apreensão significou um prejuízo de US$ 103 milhões (R$ 507 milhões) para a organização. Fabricados na Colômbia, esses barcos rústicos e leves percorrem a superfície da água com distâncias maiores que as lanchas e são difíceis de rastrear pelas autoridades.
A legislação do país pune uso, construção, comercialização, posse e transporte de semissubmersíveis com penas de até 14 anos de prisão. Depois de meio século de guerra contra as drogas com financiamento e ajuda dos Estados Unidos, a Colômbia continua batendo recordes de produção de cocaína.
Em 2021, o plantio da safra de onde é extraída a droga ocupou 204 mil hectares, e a produção de cloridrato de cocaína ficou em torno de 1,4 mil toneladas, segundo a ONU. Atingida por mais de meio século de conflito armado, a Colômbia não conseguiu extinguir a violência financiada pelo narcotráfico, que deixou mais de 9 milhões de vítimas.
Por O Globo e agências internacionais — Rio de Janeiro