Após o trágico acidente que resultou na morte do jovem Fernando Júnior Moraes Roça, de 25 anos, no dia 5 de outubro, muitos movimentos buscam regulamentar a atividade de soltar pipa, bem como a venda de produtos relacionados a confecção das pepetas. Entre as entidades envolvidas no debate está a Associação dos Pipeiros do Acre (APAcre), que busca regularizar de solturas de pipas no Estado. Um dos principais motivos para essa preocupação é o fato de muitas famílias viverem da produção e comercialização dos produtos.
O membro da Associação, André, mais conhecido como ‘Pezão’, é uma dessas pessoas que sobrevivem com a venda de produtos para a soltura de pipas. Segundo ele, atualmente a renda da família vem 100% dos materiais como pipas e linhas.
“A gente vive hoje, por mês, 100% da renda com pipas. Temos uma produção de, em média, duas mil pipas por semana e sobrevivemos disso”, destaca André.
Além de prover a família com a comercialização, Pezão também gera emprego. De acordo com ele, sua base de funcionários é completa por cinco pessoas que trabalham de forma presencial, além das que fazem o chamado home office.
“Hoje, são cinco pessoas, fora quem trabalha em casa. Essas pessoas fazem serviço fora e faz em casa, ganham lá para produzir em casa, porque eu pago em forma de produção. Cada um tem sua renda e tira em torno de R$ 2 mil por mês e todo mundo fica feliz”, informa o homem.
Desde o incidente envolvendo o jovem Fernando Junior Morais Roca, morto no dia 05 de outubro ao ser atingido por uma linha de pipa com cerol quando andava de motocicleta, a situação dessas pessoas que vivem no mundo das pipas tem sido crítica.
André afirma que seu estabelecimento foi fechado por três semanas, pois, segundo ele, quem está inserido nesse ambiente agora é visto como criminoso.
“Eu fechei aqui três semanas porque a gente está como criminoso. Temos associação, hoje é legalizada nossa associação. A gente brinca em local seguro, onde não há crianças perto. Nós queremos tirar todas as pessoas [pipeiros] da rua, mas não tem espaço para brincarmos”, esclarece.
O ‘Velhão da Pipa’, presidente da APAcre, disse em entrevista à TV Gazeta que a luta vai continuar e que os amigos não desistam. Além disso, destaca que eles precisam dos espaços cedidos para essa prática.
“Quero avisar para os meus amigos pipeiros que a luta continua. A gente, à frente da Associação, não desistiu, metemos a cara, defendemos, mas precisamos dos espaços”, comenta.
Reportagem da gazeta.net, com informações da repórter Rose Lima para a TV Gazeta