Uma trágica situação assola a região do Juruá, no Acre, onde crianças indígenas enfrentam a Síndrome Diarreica como resultado direto de uma seca severa. Durante o último mês, pelo menos duas crianças indígenas perderam suas vidas devido a essa condição, enquanto outras cinco permanecem hospitalizadas no Hospital do Juruá, uma delas em estado crítico, sendo entubada e transferida para Rio Branco através do programa Tratamento Fora do Domicílio (TFD).
As vítimas, pertencentes a etnias diferentes, provêm de diversas áreas afetadas pela seca na região. Uma delas residia no Acre, mais precisamente em Cruzeiro do Sul, enquanto a outra vivia na cidade de Ipixuna, Amazonas. Os relatos médicos apontam que uma das crianças faleceu antes de chegar ao hospital, enquanto a outra, após dar entrada na unidade, sofreu uma parada cardíaca. Os profissionais de saúde indicam que as mortes estão relacionadas à Síndrome Diarreica, complicada por desequilíbrios eletrolíticos.
O Dr. Rondney Brito, que tem desempenhado um papel crucial no tratamento desses casos, faz um apelo urgente às autoridades públicas para adotarem medidas estratégicas com o objetivo de prevenir e investigar essas mortes em decorrência da seca severa na região.
O médico alerta que a seca tem agravado a vulnerabilidade das comunidades indígenas, uma vez que elas se veem obrigadas a consumir água de qualidade questionável devido à falta de fontes de água potável.
“Isso é resultado da seca na região, com o consumo de água dos rios, de má qualidade com animais mortos e fezes de animais. Com a questão cultural, os indígenas estão mais vulneráveis. 90% dos casos das Síndromes diarreicas são de indígenas, que já chegam com 7 dias doentes. Na zona urbana de Cruzeiro do Sul, os casos não evoluíram com gravidade”, destacou o médico.