No próximo ano, o Acre enfrenta a ameaça iminente de perder 955,75 quilômetros quadrados para o desmatamento, conforme alerta da plataforma de inteligência artificial PrevisIA, desenvolvida pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Com uma precisão de 70% em suas estimativas para 2023, a ferramenta destaca a urgência de medidas para evitar a destruição, em um cenário onde a região já contribuirá com 9% do desmatamento total previsto para a Amazônia em 2024.
A escala do desafio ambiental é ainda mais gritante ao considerar que, na região amazônica como um todo, uma área três vezes maior que a cidade de São Paulo está em risco, totalizando 4,6 mil km². Isso equivale à devastação de mais de mil campos de futebol diariamente.
Apesar de observar uma redução no desmatamento em relação ao previsto para 2023, a PrevisIA projeta um total de 10.190 km² desmatados na Amazônia em 2024. Esse número coloca em xeque as políticas de combate ao desmatamento, mesmo diante das primeiras melhorias nas ações ambientais.
Carlos Souza Jr., pesquisador do Imazon, destaca que as reduções atuais no desmatamento são positivas, mas insuficientes. Ele ressalta a necessidade de intensificar as ações de proteção à floresta, especialmente em áreas ameaçadas por desmatamento, queimadas e secas extremas. O pesquisador enfatiza que é possível evitar 94% do desmatamento estimado para 2024, destacando a importância de ações preventivas.
No cenário local, Feijó, no Acre, figura entre os 10 municípios mais vulneráveis ao desmatamento, com uma projeção de 162,7 km² de área devastada no próximo ano. O desafio para o Estado é significativo, e a pressão recai sobre as autoridades e comunidades para protegerem áreas cruciais da floresta amazônica.