A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs um reajuste médio de 22,07% nas tarifas da Energisa no Estado. Essa alteração significativa entra em vigor a partir de 13 de dezembro. O alerta foi feito pelo presidente do conselho tarifário de energia elétrica no Acre, o radialista Ivan de Carvalho.
O reajuste, deliberado durante uma audiência pública realizada em 5 de outubro, leva em consideração o débito da empresa a nível nacional, ultrapassando os R$ 334 bilhões. Apenas no Acre, a Energisa investiu mais de R$ 2 bilhões. Carvalho afirmou que o reajuste é praticamente certo, destacando a obrigação da empresa de ajustar as tarifas a cada dois anos, embora ressalte que ainda há espaço para diálogo.
A proposta da Aneel prevê um aumento médio de 27,31% para os consumidores atendidos em alta tensão, como as indústrias, e de 20,86% para os conectados em baixa tensão, grupo que engloba os consumidores residenciais. Para estes últimos, o aumento previsto é de 20,55%.
Carvalho expressou sua insatisfação com a falta de apoio da classe política do Acre, destacando a ausência de participação dos políticos na audiência pública. “Os políticos estão apenas assistindo, nenhum participou da audiência pública”, comentou, ressaltando a necessidade de intervenção dos parlamentares para mediar as discussões sobre o reajuste.
Ativista denuncia silêncio da bancada federal frente ao aumento da conta de energia no Acre
Francisco Panthio, ativista político à frente de um movimento popular contra os aumentos abusivos, expressou sua indignação diante do reajuste proposto pela Energisa no Acre. Ele critica veementemente a aparente impunidade da empresa e lamenta a falta de ação dos órgãos fiscalizadores, questionando se instituições como PROCON, IPEEM-INMETRO ou MPE já enquadraram a empresa por algum ato suspeito.
Panthio destaca a situação angustiante vivida pelos acreanos diante do poderio da Energisa, que, segundo ele, atua sem restrições. “É cansativo e angustiante falar dessa empresa chamada Energisa, pois ela deita e rola no Acre e nenhuma instituição bota freio nas suas ações”, desabafa o ativista.
Além disso, Francisco critica o silêncio da bancada federal do Acre, acusando os parlamentares de ignorarem a questão energética no estado. “Eu vejo uma omissão da nossa bancada federal sim, alguém viu um parlamentar federal falar da energia elétrica nos últimos tempos? Alguém viu a presença de algum na audiência pública que tratou só aumento? Não, porque com o aumento que virá, quem mais padece é o povo pobre”, destaca o ativista, apontando a preocupação com o impacto direto sobre a população de baixa renda.