Desde o final de 2022, um “êxodo de traficantes” brasileiros, vinculados ao Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC), da região de Ucayali, no Peru, para o Vale do Juruá, no sul da Amazônia, têm sido monitorado pelos serviços de inteligência.
Documentos obtidos pela reportagem da VEJA revelam que uma organização de traficantes peruanos em Pucallpa está expulsando membros dessas facções, forçando-os a deixar os campos de produção de cocaína no Peru e cruzar a fronteira.
A região do Vale do Juruá, composta pelas cidades de Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves, Mâncio Lima, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, representa quase 20% do território acreano. Com uma hidrografia propícia para rotas fluviais até Manaus e sendo uma área fronteiriça com o Peru, um grande produtor de cocaína, o Vale do Juruá tornou-se palco de disputas entre as facções.
Especialistas alertam que a presença de lideranças do CV e do PCC na região intensificará o tráfico, provocando uma escalada na guerra entre quadrilhas. Estratégias como o uso de índios como “mulas” para o transporte de drogas entre os dois países acentuam as preocupações das autoridades. A situação demanda uma resposta coordenada da Polícia Federal e órgãos de inteligência para conter o aumento da violência e do tráfico na área fronteiriça.
(Fonte – VEJA)