O governo do Acre teria perdido uma emenda de R$ 2 milhões, destinadas pela ex-deputada federal Mara Rocha (sem partido), para melhorias no Centro de Nefrologia da Fundhacre. É o que denuncia a ex-parlamentar, em vídeo gravado para as redes sociais nesta quarta-feira, 11.
A emenda foi enviada em 2020, durante o mandato de Mara, para ampliação do tratamento, sobretudo, de pessoas que necessitam de hemodiálise. A jornalista insinuou que o recurso teria sido ignorado porque ela não pertencia à base do governador Gladson Cameli (PP).
“Francamente, não consigo entender o motivo de tamanho descaso, uma vez que a saúde estadual encontra-se extremamente precária e necessitando de aporte financeiro”, lamentou.
Ela dividiu com os seguidores outra preocupação: uma segunda emenda, no valor de R$ 3 milhões, destinada em 2020 para a construção do Centro de Atendimento ao Autista, estaria prestes a ser perdida pelo governo. “Esse processo está parado desde agosto de 2022”.
Segundo a ex-deputada, a emenda não foi paga devido a pendências do governo com o Ministério da Saúde. “O que me deixa triste é que nós sabemos do sofrimento de familiares e de milhares de crianças autistas no estado, que precisam desse espaço para um melhor tratamento”.
Ela orientou às famílias de autistas e associações ligadas a causa que cobrem e fiscalizem o governo, por intermédio do Ministério Público, para que o recurso não seja perdido. “Esse dinheiro é extremamente importante e pertence à população do Acre. Ele não pode ser perdido, apenas por ter sido destinado por político que não pertence à base do governador.
Repercussão na Aleac
O caso repercutiu na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), onde o deputado estadual Emerson Jarude (Novo) levou ao plenário mais detalhes da perda milionária. Segundo ele, os R$ 2 milhões destinados por Mara ao Centro de Nefrologia da Fundhacre foi perdido porque o governo não conseguiu entregar documentos exigidos pelo Ministério da Saúde.
“Apesar de alegar uma crise financeira, o governo não tem o compromisso sequer de enviar uma simples documentação para que possa garantir dinheiro para nossa gente”, alfinetou o parlamentar.
A reportagem procurou o governo, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), para comentar o caso, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto para esclarecimentos.