O vereador João Marcus Luz (sem partido) afirmou, com exclusividade ao A Gazeta do Acre, que os artistas que foram à Câmara de Rio Branco na manhã desta terça-feira, 3, para protestar contra a contratação de uma empresa de Sena Madureira para gerir a Lei Paulo Gustavo na capital agiram por interesse político.
Na ocasião, o parlamentar protagonizou uma confusão com o cantor e compositor acreano Diogo Soares, que chegou a ser contido por seguranças ao reagir às provocações do ex-emedebista.
O vereador interrompeu por diversas vezes o discurso da coordenadora do Conselho Municipal de Cultura, Camila Cabeça, que subiu à tribuna a convite da parlamentar Elzinha Mendonça (PSB) para justificar, em nome do movimento cultural, a posição contrária à contratação da empresa.
Com isso, Diogo, que estava no mesmo ambiente que os vereadores, levantou da cadeira e foi em direção a João Marcus, pedindo respeito ao tempo de fala da colega, momento em que o tumulto teve início. Ele chegou a receber um mata-leão dos seguranças e foi retirado à força do ambiente.
Por telefone, o vereador deu sua versão ao caso. “Eles têm interesse político. O Diogo já trabalhou na gestão do Marcus Alexandre e da Socorro Neri. A intenção deles é desgastar o prefeito Tião Bocalom”, disse o vereador, em entrevista por telefone.
A reportagem apurou que o músico de fato atuou na Fundação Garibaldi Brasil (FGB) em ambas as gestões, a partir de 2017. No entanto, não é filiado a nenhum dos partidos políticos por onde Marcus Alexandre e Socorro Neri já passaram.
Diogo nega que tenha, hoje, qualquer relação com os dois ex-prefeitos e disse que a alegação do vereador não passa de uma “fantasia”.
“Minha indignação não é fruto de politicagem, mas da constatação de que a gestão que ele defende está agindo de maneira inadequada. Eu falo apenas em nome do movimento cultural”.
Entenda o caso
Os artistas cobram esclarecimentos da Fundação Garibaldi Brasil (FGB), autarquia ligada à prefeitura, sobre a contratação, no valor de R$ 200 mil, de uma empresa de Sena Madureira cujas razões sociais são ligadas aos ramos alimentício e de assessoria rural.
Eles questionam a experiência da empresa com gestão de projetos culturais e a ausência de representantes do movimento artístico no comitê gestor da Lei Paulo Gustavo, criada para fomentar projetos artísticos em todo o Brasil.
Diante da polêmica, a empresa abriu mão da operacionalização da lei e um novo processo será aberto para a contratação de outro empreendimento.