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Com 40 anos de trajetória no Acre, empresária representará o estado em premiação nacional de empreendedorismo

A empresária Denise Borges, do ramo alimentício, foi a vencedora da etapa estadual e se classificou para o nível nacional do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, na categoria de pequenos negócios (ME e EPP), que vai acontecer no dia 5 de dezembro, em Brasília, no Distrito Federal.

Borges, que é natural de Uberaba, no interior do estado de Minas Gerais, e mora no Acre, desde 1984, falou sobre a surpresa ao ganhar a etapa estadual do prêmio, e a emoção em se qualificar para o prêmio nacional.

“Eu não estava esperando isso. Ganhei a etapa estadual, e falaram que terminava ali, quando, quase um mês depois, o Sebrae nacional entrou em contato comigo, dizendo que fui a escolhida, entre cerca de quatro mil mulheres no Norte do país. Levei um susto, fiquei muito feliz!”, comemora ela.

A uberabense ainda fala sobre a persistência, durante toda a sua trajetória, e reforça como é importante continuar, mesmo nas adversidades. “O problema de muitas pessoas é que querem reconhecimento imediato e não é assim que funciona. Comigo foram 40 anos de trabalho, pra chegar agora e receber um prêmio desse, com minha história de empreendedorismo”.

Após vencer a etapa estadual, Denise Borges representará o Acre no Prêmio nacional do Sebrae/ Foto: Reprodução Instagram

A empresária também destaca sobre o significado de receber um reconhecimento como este, representando o estado do Acre.

“Fico emocionada por estar no Acre e, por sermos tão criticados e desmerecidos, mas foi aqui que conheci as mulheres mais guerreiras, empreendedoras e mais fortes da minha vida. Esse prêmio vem mostrar, em nível nacional, que o Acre existe sim, e eles vão acreditar nas histórias das mulheres daqui, que lutam tanto, que são mães, empreendedoras e fazem isso crescer, e que agora vão estar representadas em uma premiação nacional”.

Um pouquinho de história

 

Natural de Uberaba, Borges empreende no Acre há 40 anos/ Foto: Arquivo Pessoal

A empresária diz que a veia empreendedora surgiu desde muito nova, ainda na sua cidade natal, onde fazia grampos de cabelo e os vendia, junto com uma amiga do colégio.

“Aos 13 anos, eu e uma amiguinha, da escola, pintávamos grampos de cabelos, estendíamos uma toalhinha na calçada e fazíamos uma exposição para vendê-los, escondidas, oferecendo-os a quem passava na rua. Quando víamos que nossos pais estavam vindo, nós escondíamos nossos produtos. Sabíamos vender, oferecíamos e, quando ouvíamos um não, dizíamos: leva para sua namorada, leva para sua filha, até que convencíamos o comprador”, relembra ela.

Quando se mudou para o Acre, Denise diz que passou por uma experiência ruim, ao experimentar um pão de queijo, em um mercadinho próximo de onde morava, e que, algum tempo depois, pediu que sua mãe mandasse para ela alguns ingredientes, para que pudesse fazer ela mesma por aqui, mesmo sem ter o hábito de cozinhar.

“Fiz de experiência, uma primeira tirada, e levei a prova para o dono mercado, como que de brincadeirinha. Foi aprovado de primeira, e ele já fez a encomenda de 80 pães de queijo. Aceitei o desafio. Depois, já recebi outra encomenda maior, de 120 pães de queijo, depois de 300 e, cada vez mais, crescia a procura, e eu aprimorava na qualidade dos pães”, explicou ela, sobre o começo no ramo alimentício.

Após esse período, os pedidos de doces também começaram a chegar e, então, depois de muitas pesquisas, eles entraram para o seu repertório e, assim, começou sua expansão. Atualmente, o restaurante Pão de Queijo e o Maison Borges, administrados por Denise e sua família, empregam diretamente 55 profissionais, além de outras 50 pessoas, em dias de evento.

“Aqui, nós realizamos capacitações gratuitas, para pessoas de baixa renda como: formação para garçons, saladeiras, ajudantes de cozinha, cozinheiros, doceiros etc. Estas pessoas são aproveitadas pelo próprio restaurante, bem como tem a oportunidade de aprender um ofício e iniciar seu próprio negócio”, conta a empresária, ressaltando sobre como tenta devolver para a sociedade acreana o que o estado fez por ela.

Outra ação feita é a de qualificação para os apenados que estão encerrando suas penas, com os cursos profissionalizantes que oferecem uma nova oportunidade de seguir uma nova profissão, ao concluir o período recluso.

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Vitor Paiva: