A Saúde do Acre entrou em alerta após o Laboratório Central (Lacen) detectar novos casos do vírus Mayaro em dois municípios, e Oropouche, em outra cidade do Estado, ficando a circulação viral comprovada em, pelo menos, sete cidades acreanas. Ambas as doenças apresentam sintomas bem parecidos com os da dengue, zika e chikungunya, de acordo com especialistas.
Os casos vieram à tona depois de pessoas procurarem a saúde pública apresentando sinais das doenças. Após os exames, o diagnóstico de dengue foi negativo, e, neste momento, os médicos aprofundaram as pesquisas, sendo os novos exames positivos para as febres do Mayaro e Oropouche.
Febre de Mayaro
O vírus é transmitido por diferentes mosquitos, principalmente o Haemagogus (principal transmissor do vírus da Febre Amarela). Sendo os principais sintomas a febre, dores musculares e inchaço nas articulações, que podem persistir por meses, além de manchas vermelhas pelo corpo e até náuseas.
Febre de Oropouche
É uma doença transmitida por picada de mosquito, que costuma infectar macacos e bichos-preguiça, além de aves silvestres. Seus transmissores são os mosquitos Aedes serratus, Coquillettidia venezuelensis e o Culicoides paraensis, este último conhecido como borrachudo ou maruim. Os sintomas são bem parecidos: febre, calafrios e dor de cabeça.
Casos confirmados no Acre
Oropouche: Acrelândia, Brasiléia, Manoel Urbano, Porto Acre e Rio Branco.
Mayaro: Cruzeiro do Sul e Rio Branco.
Os vírus circulam na região desde 2019, e, por conta da Amazônia ser quente e úmida, a propagação e frequência destes vírus se dão em uma velocidade maior. Entretanto, os profissionais da saúde garantem que a população não precisa entrar em pânico.
Prevenção e cuidados
Segundo Edvan Meneses, chefe da Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde do Estado do Acre (Sesacre), os casos não são alarmantes, pois tratam-se de “arbovírus” que existem há muito tempo no meio silvestre e tem se proliferado no meio urbano, sobretudo neste período de chuva.
”Esses arbovirus não costumam causar quadros graves nas pessoas, tanto que, às vezes, o paciente nem sabe que foi infectado. O Ministério da Saúde já está articulando a elaboração de protocolos e fluxos pra fazer aquisição necessária pra abastecer os Lacen’s. As medidas adotadas pela população devem ser a limpeza de terrenos baldios, calhas, e qualquer lugar onde tenha acúmulo de água, pois é aí que o mosquito irá se proliferar”, afirma o chefe da vigilância.
Atendimento
Como ainda não existem kits comerciais para a realização de exames de rotina, os profissionais orientam que a população deve procurar uma unidade de atendimento médico ao perceber quaisquer dos sintomas citados acima.
Por Walace Gomes – Estagiário em supervisão