Uma das principais iguarias da região Norte, o tacacá dispensa qualquer temperatura para ser saboreado. Lógico que em climas mais agradáveis, é melhor de ser apreciado. Porém, para muitos acreanos, o prato feito à base de tucupi, jambu, camarão e goma de mandioca, mesmo com o calor intenso, é servido na cuia ‘fervendo’, do jeito que o povo gosta.
Em Rio Branco, Núbia Sobral, que vende tacacá há mais de 25 anos, profissão passada de geração para geração na família, comentou sobre as vendas em 2023, que, segundo ela, caíram, em média, 50%, apesar de ela ter uma clientela fiel. Os preços variam de R$ 16, R$ 20 e R$ 25.
“Estamos vivendo um período muito quente. O lucro fica maior quando cai uma chuva. Graça a Deus que está melhorando, está dando para faturar mais. Comecei vendendo em frente ao Correios do Centro. Aprendi a fazer o prato com a minha mãe, que tinha uma banca onde vendeu tacacá por 40 anos. Essa é uma herança gastronômica passada de mãe para filha e quem sabe para os netos”, disse a tacacazeira, que, atualmente, tem uma barraca no Mercado Novo, área central da cidade.
Cliente assídua do “Tacacá do Núbia”, a dona de casa Tatiana Santos disse que, ao menos três vezes na semana, toma tacacá e não se importa com o calorão. Acompanhada da filha, Vitória Katrine, que também segue a tradição da mãe, ela conta que não abre mão da iguaria.
“É um costume, já sou cliente da Núbia há muito tempo. Aliás, já trazia minha filha na barriga, grávida, para tomar tacacá, isso há 17 anos, a idade que ela tem. Não tem disso: é só enxugar o suor do rosto e apreciar esse maravilhoso prato da nossa culinária”, destacou Tatiana.