Após tragédia em 2020 e respondendo por abandono de incapaz, Josiane Evangelista Monteiro foi denunciada, em janeiro, por maus-tratos contra seu filho, que tinha 5 meses na ocasião, pelo pai da criança.
Segundo informação dada em depoimento pelo pai da criança, que também acionou a polícia, a mulher estava embriagada, andando em via pública com a criança no colo, quando, em determinado momento, teria jogado o filho no chão e depois ameaçado se jogar da ponte com ele.
Também foi informado, durante a investigação da polícia, e denúncia do Ministério Público do Acre (MP-AC), que, na época, a mulher tinha deixado seu filho aos cuidados de duas menores de idade, para sair para beber.
No interrogatório, Jociane confessou ter deixado a criança aos cuidados de sua sobrinha adolescente e ter ido ingerir bebida alcoólica num bar, mas negou que tivesse jogado o filho no chão e ameaçado se jogar com ele no Rio Acre. Jociane passou por audiência de custódia, no início do ano, e foi colocada em liberdade provisória, com uso de monitoramento eletrônico. Além disso, foram impostas medidas protetivas de afastamento da criança.
No dia 22 de junho deste ano, a 1ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco recebeu a nova denúncia contra ela, onde virou ré também por maus-tratos contra o filho. A última manifestação no processo foi uma declaração de atendimento do Segundo Conselho Tutelar, em setembro, informando que recebeu os pais do bebê e que o homem relatou que a denúncia “não passou de uma mentira” para se vingar da mulher que também teria denunciado ele no ano passado.
Sobre o caso
No dia 19 de dezembro de 2020, a mãe Jociane Evangelista Monteiro deixou Caio Evangelista Monteiro, de 2 anos, Diogo Evangelista Monteiro, de 4 anos e a bebê Vitoria Sofia, de 8 meses, trancados em casa para ir a um bar. As três crianças morreram carbonizadas, após irromper um incêndio e os vizinhos não conseguiram retirar nenhuma das crianças da residência.
A mãe foi presa e levada para a Delegacia de Flagrantes, onde foi liberada, após audiência de custódia, que ocorreu no dia seguinte (20), mediante medidas cautelares e deve responder por abandono de incapaz. A suspeita é que o fogo tenha começado por um curto circuito em um ventilador, mas ainda não foi confirmado pela perícia.
Em abril do ano passado, a 4ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco autorizou a exumação dos corpos de Caio e Diogo Evangelista Monteiro, para retirar novas amostras biológicas.
O pedido, feito em outubro de 2021, pela Polícia Civil do Acre, visto que as análises de DNA feitas pelo Instituto de Análises Forenses nos restos mortais das crianças, não revelaram a presença de DNA para estabelecer vínculo genético com o material fornecido pela mãe deles.
No caso da terceira vítima, Vitoria Sofia, a perícia conseguiu identificar a presença de DNA para análise. Após o pedido, o instituto informou que não seria mais preciso fazer o processo de exumação de Diogo Evangelista e, no dia 20 de abril de 2022 foi feita a exumação do cadáver de Caio e recolhido o material necessário. O laudo apontou que Jociane é mãe biológica do doador da amostra.
Com o resultado do exame, foi marcada uma nova audiência de instrução e julgamento para o dia 12 de dezembro deste ano e a Defensoria Pública do Estado deu o nome de duas novas testemunhas de defesa para serem intimadas.
Por Iza Bruna – estagiária em supervisão