A mosca-da-carambola já foi encontrada no Amapá, Pará e Roraima. Devido ao perigo oferecido pelo inseto a plantações frutíferas, o governo federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária, decretou situação de emergência fitossanitária no vizinho Amazonas, com o Acre apresentando nível médio de risco para a entrada e dispersão do bicho.
Motivado pela declaração do órgão nacional, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre irá fazer, ao longo desta semana, a Caravana de Prevenção da Mosca da Carambola no estado.
Serão realizadas ações, que incluem reuniões técnicas, palestras em escolas de ensino fundamental e médio, distribuição de materiais educativos em feiras municipais e entrevistas em rádios e TVs.
A mosca, originária de países do sudeste asiático, como Indonésia, Malásia e Tailândia, é responsável por colocar suas larvas em frutos, que comem a fruta por dentro e tornam o que restou impróprio para o consumo.
Uma das maneiras de identificar a mosca é através de seu tamanho e cores. Tendo entre 7 e 8mm, com cor escura em parte do corpo, e amarelada em outras. Além disso, conta com listras pretas formando uma espécie de T em seu corpo.
A espécie vive por cerca de 120 dias, e durante este tempo, pode colocar cerca de 1.200 a 1.500 ovos, sendo um reprodução de alta velocidade.
Em caso de suspeita de infecção por parte do inseto a algum fruto, recolha do chão, armazene em sacos plásticos transparentes, feche e deixe ao sol por cerca de sete dias, após isso basta enterrar em um buraco no chão de, pelo menos, 0,5m de profundidade.
Transportar qualquer material contaminado é proibido, pois pode levar as larvas para outra região que não é afetado por ela, gerando assim outra infestação
Gabriela Tamwing, coordenadora estadual do programa de combate ao inseto, diz que a equipe técnica do Idaf realiza inspeções a cada 14 dias, em armadilhas equipadas com iscas tóxicas, além de promover prevenção com a educação sanitária vegetal, conscientizando a população sobre os riscos de entrada e dispersão da praga.
“Recomendamos que a população não transporte frutos hospedeiros de estados de ocorrência e que compartilhe essas informações, para evitar que a mosca da carambola chegue em nosso estado. Em casos de suspeita, deve-se imediatamente notificar o Idaf”, explicou Tamwing.
Uma das medidas que o Ministério da Agricultura poderá adotar é a permissão de uso de defensivos agrícolas que ainda não são registrados para essa finalidade. Dois produtos biológicos que ainda estão sendo estudados pela Embrapa Amapá para o controle da mosca da carambola também poderão ser autorizados.
No Pará, os novos focos da praga surgiram nos municípios de Oriximiná e Terra Santa, em regiões com alto fluxo de pessoas e mercadorias, o que preocupa o Ministério da Agricultura, pois áreas como essas potencialmente facilitam a disseminação das larvas, tanto pelo grande fluxo de pessoas, quanto de mercadorias.