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Organização indígena do Juruá rebate críticas de Márcio Bittar sobre projeto do Fundo Amazônia

Organização indígena do Juruá rebate críticas de Márcio Bittar sobre projeto do Fundo Amazônia

A Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (Opirj) publicou, nesta quinta-feira, 9, nota em que repudia as atitudes tomadas pelo senador Márcio Bittar (União Brasil), após a visita da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, da presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, e da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, à Terra Indígena Poyanawa, em Mâncio Lima, no interior do Acre.

Bittar diz que destinar dinheiro para ONGs que atuam na Amazônia não irá melhorar a região, nem ajudará os povos indígenas. Ainda segundo o senador, isso apenas abriria espaço para que o local seja explorado por países ricos. A assinatura do contrato destinou R$33,6 milhões para a Opirj.

“Isso aí é o cala-boca da Noruega através do fundo que ela criou e que a ministra Marina administra no BNDES para nos calar, para continuar comprando a soberania brasileira”, disse Bittar, em vídeo no Instagram.

Em nota, a Opirj rebate: “críticas e dúvidas pela legalidade em relação à assinatura do contrato do projeto Gestão Territorial, da Opirj, com o BNDES pelo Fundo Amazônia, revelam desinformação e falta de compreensão sobre nossas ações. Ao mencionar que a Opirj foi uma das ONGs que embargou a construção da extensão da BR-364 até o Peru, o senador ignora a ilegalidade do processo e dos procedimentos para essa estrada. O embargo foi decidido pela Justiça, respaldado em leis existentes, não inventadas por nós”.

O comunicado reforça ainda a importância do Fundo Amazônia (de onde vem esses recursos) para essas comunidades, e diz que a Opirj irá apoiar 13 terras indígenas, beneficiando, assim, cerca de 11 mil pessoas no processo. 

“O Fundo Amazônia permite o acesso a recursos mediante procedimentos e habilitação, sem qualquer impedimento. O senador confunde a legalidade de nossas ações ao insinuar que cometemos um crime ao acessar recursos para auxiliar os povos indígenas, demonstrando seu preconceito contra os povos que habitam o Acre e a Amazônia (…) No projeto, serão investidos R$33,6 milhões em gestão ambiental e territorial, segurança alimentar e melhoria da produção, com proteção à floresta. Reafirmamos que não nos intimidaremos diante desses ataques!”, finaliza a publicação.

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