Destravar as exportações de pequenos e médios negócios da Amazônia é a aposta do presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, para alavancar a economia da região.
Neste fim de semana, o ex-governador do Acre cumpre extensa agenda no estado ao lado do ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Paulo Teixeira, e do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Cesar Fernando Schiavon Aldrighi.
Na pauta, o Programa Exporta Mais Amazônia, lançado neste sábado, 25, no auditório do Sebrae, em Rio Branco. A ousada iniciativa da Apex quer fomentar a exportação de produtos compatíveis com a floresta, valorizando potencialidades da região e reduzindo os entraves aos negócios.
Cabe de tudo no programa, como explica Viana. “Cabe quem planta milho, quem produz carne bovina, suína e aves, tudo cabe no nosso programa. A agropecuária como um todo e a agricultura familiar também”.
O requisito, reforça o ex-senador, é que a produção seja compatível com a floresta, ou seja, sustentável e não ambientalmente degradante. “São 64 [produtos], definidos por especialistas do mundo inteiro e que o Brasil exporta pouco porque tem problema nas cadeias produtivas”.
Para resolver esse gargalo, o presidente da Apex costura um “arranjo” com o MDA, Banco da Amazônia e Sebrae “para construir produto a produto, com essa política, para que a gente possa destravar isso e fazer o Brasil crescer. Quem quiser começar uma atividade, o governo Lula vai abrir oportunidade com crédito do Banco da Amazônia”, garantiu.
A ideia é também potencializar todas as cadeias produtivas de um determinado item para agregar valor. A política do programa prevê ainda pleitear a criação de estandes da Amazônia em feiras de negócios internacionais, além da participação da região nas mesas executivas de exportação.
Primeiros passos
As primeiras ações do Programa Exporta Mais Amazônia, no Acre, acontecerão no início da semana, quando 20 investidores de 16 países ficarão frente a frente com 35 empresários acreanos. Na ocasião, eles terão a oportunidade de apresentar seus produtos e “vender o peixe”.
Participam compradores do Canadá, Estados Unidos, Argentina, Colômbia, Emirados Árabes, Equador, Qatar, Egito, Espanha, Índia, Reino Unido , China, Singapura, Peru e Países Baixos. No balcão de negócios, açaí, castanha do Brasil, pescados da região, amêndoa de cacau e chocolate, proteína animal, entre outros produtos.
“Isso nunca aconteceu. Tem gente que tem um produto mas não vai em uma feira mundial. A Apex está fazendo isso para facilitar. Trazendo o comprador aqui. Depois é com ele”, afirmou Viana.
O evento acontece até 29 de novembro e prevê agenda em Xapuri, onde 34 investidores irão até a Reserva Extrativista Chico Mendes conhecer a cadeia produtiva do extrativismo, e visitas técnicas a centros de produção em Rio Branco, como a Cooperacre, Ligeirinho Agroindústria e uma fazenda que faz manejo de pescado.