A prefeita de Tarauacá, Maria Lucinéia, criticou a postura do promotor de Justiça, Júlio César de Medeiros Silva, da Promotoria de Justiça Cível do município. O promotor ingressou no dia 10 deste mês, com Ação Civil contra a gestora por improbidade administrativa cumulada, com pedido liminar de afastamento cautelar.
O representante do Ministério Público do Acre alega em sua petição, que ocorreu improbidade, ou seja, desonestidade, em termo popular, por parte da prefeita em contratar shows nacionais (Amado Batista, Renanzin Pressão e Evoney Fernandes) no aniversário da cidade e nos dois últimos festivais do Abacaxi realizados em Tarauacá.
Segundo a prefeita, a ação se trata de perseguição “a uma mulher eleita democraticamente e que nunca fez qualquer tipo de promoção pessoal com recursos públicos durante o seu mandato”.
“Estamos diante de uma violência política de gênero, praticada pelo promotor Júlio César. As ações
contra a atual gestão se intensificaram após denúncia contra o promotor junto ao CNMP. Não estou me vitimizando, pelo contrário, estou lutando pelos meus direitos como mulher. Essa conduta do promotor não irá me silenciar. Todos os dias, mulheres que não se comportam conforme os padrões da cultura machista, são alvos do preconceito de gênero, sendo acusadas da própria violência sofrida e pelos motivos mais pífios e superficiais”, afirmou Lucinéia.
A prefeita ressaltou que não utiliza a administração pública para se promover, como disse o promotor. “Se for assim, todos os deputados estaduais, federais, governadores, terão que ser afastados, pois visitam obras feitas em prol da população, o que é mérito da gestão”, complementou.
A gestora também salientou que o seu marido, o ex-deputado federal Jesus Sérgio, tinha o direito de visitar obras realizadas no município, das quais destinou emendas. A resposta é sobre outra acusação do promotor Medeiros em relação a divulgação de matéria no site da Prefeitura de Tarauacá, na qual o ex-parlamentar, acompanhando a esposa, em visita a obra de terraplanagem de um terreno de 20 hectares para construção do futuro cemitério da cidade.
Néia também esclareceu que Sérgio nunca utilizou o palco do Festival do Abacaxi para se promover. Segundo a gestora, os ‘ataques’ também atingem outras mulheres que fazem parte da gestão.
“Essas agressões, não físicas, porém morais, ocorrem não somente comigo, mas com advogadas e secretárias, sempre visando a mulher, a diminuindo. Não por ser mulher que estou me vitimizando, sempre é assim. Para alguns quando a mulher decide procurar os seus direitos, ela está fazendo escândalo, é descontrolada. É sempre assim, isso é muito triste porque inibe as mulheres em buscar a devida ajuda”, disse.