O aluno Marcos Vitor Pascoa, do mestrado em Ciências Ambientais, do campus Floresta da Ufac, é o primeiro acadêmico do curso com transtorno do espectro autista (TEA). O jovem ficou em 2º lugar no Concurso de Fotografia e Ilustração Científica do 2º Workshop em Ciência, Inovação e Tecnologia para Amazônia, realizado de 13 a 17 de novembro, no campus-sede, em Rio Branco.
Marcos utiliza desenho a mão livre para representar a diversidade de peixes da região do Juruá, como parte de sua dissertação, além de desenhar animais silvestres.
“Quero mostrar, com meus desenhos, um olhar diferente e realçado para comover a humanidade sobre o quão magnífica é a biodiversidade da Amazônia”, disse Pascoa, que também foi, em sua trajetória no mestrado, palestrante no 2º Simpósio em Ciências Ambientais. Ele é orientado pelas professoras Lucena Virgílio e Maria Aldenora Lima.
O TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social. Porém, não é limitante para acesso à educação.
“Orientar o Marcos Vitor foi um desafio, uma desconstrução, e está sendo surpreendente e transformador”, contou a professora Lucena Virgílio. “Me tirou da zona de conforto e trouxe uma forma mais humana e empática de orientar. É um rapaz cativante e sonhador, tem um talento nato e resgata em seus desenhos o rigor técnico e um bom conhecimento científico do que precisa ser ilustrado.”
O Núcleo de Apoio à Inclusão (NAI), da Ufac, que busca executar políticas e diretrizes de inclusão e acessibilidade, apoiou o estudante em seu processo de aprendizagem, com a contratação de um monitor do próprio curso para auxiliá-lo. “A lei n.º 13.146, de 2015, foi essencial para garantir o acesso à educação para muitas pessoas, assegurando condições mínimas de adaptação e acompanhamento”, destacou a professora Maria Aldenora Lima.