Um estudo divulgado nesta quinta-feira, 30, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, concluiu que a taxa de mortes violentas intencionais a cada 100 mil habitantes foi de 33,8, nos nove estados da Amazônia Legal, em 2022. Os dados levam em consideração os registros de quatro crimes: homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes em decorrência de intervenção policial.
A região da Amazônia Legal é uma área delimitada, desde 1953, por lei federal que visa o desenvolvimento socioeconômico da região. É formada por nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e por parte do Maranhão, num total de 772 municípios.
Vale lembrar que todos os estados da Amazônia Legal estão com taxa acima da média brasileira. O estado com maior taxa é o Amapá, com 50,6 mortes para cada 100 mil habitantes. Já o Acre registrou o menor índice: 28,6 a cada 100 mil habitantes, mas, em 2023, os casos aumentaram.
Sendo que as mortes violentas também atingem os indígenas, com 13,1 para cada 100 mil povos originários (estes dados referentes a 2021).
De acordo com o Monitor da Violência do G1, no primeiro semestre de 2023, o Acre teve um aumento de 6,1% nas mortes violentas, e as dinâmicas são reproduzidas em quase toda a região, sobretudo nas rotas utilizadas pelo crime organizado, com a influência do tráfico de drogas, ou até nos crimes relacionados ao meio ambiente, como garimpo e extração de madeira.
Confira, na íntegra, os dados divulgados no fórum:
– 15 municípios apresentaram taxa média de violência letal acima de 80 mortes por 100 mil habitantes, entre 2020 e 2022;
– A taxa de mortes violentas de indígenas na Amazônia é 26% maior do que fora dela;
– A taxa de feminicídio na Amazônia foi de 1,8 para cada 100 mil mulheres, 30,8% superior à média nacional, que foi de 1,4 por 100 mil;
– A violência sexual também apresenta taxas mais elevadas na Amazônia do que no restante do país;
– A taxa de estupros na região foi de 49,4 vítimas para cada 100 mil em 2022, 33,8% superior à média nacional, que foi de 36,9 por 100 mil;
– Os crimes vinculados ao desmatamento cresceram 85,3% entre 2018 e 2022;
– Registros de incêndios criminosos também cresceram na Amazônia Legal com 51,3% entre 2018 e 2022.
Por Walace Gomes – Estagiário em supervisão
—