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Dentista condenado por matar onças no Acre pode ter abatido 48 animais desde 1987

O dentista Temístocles Barbosa Freire, condenado a pagar quase meio milhão de reais em multas por liderar, segundo a Justiça, grupo de caça ilegal, teria abatido 48 animais desde 1987.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o homem caçava e abatia ilegalmente animais silvestres, inclusive espécies ameaçadas de extinção, como onças-pintadas. Segundo a procuradoria, pelo menos 12 desses felinos teriam sido mortos pelo dentista, por puro esporte.

Os caçadores tinham um grupo no WhatsApp chamado ‘’amigos do terreiro’’, onde eram organizados os abates de diversas espécies da fauna amazônica, como capivaras, porcos-do-mato e veados-vermelhos.

Os crimes ambientais realizados pelo grupo foram praticados em propriedades privadas e áreas de preservação ambiental, sobretudo com mata fechada. Entre os municípios onde os eles atuavam estão Porto Acre, Bujari, Rio Branco e Boca do Acre (AM), segundo o MPF.

Sentença

Condenado por dano moral e material coletivo, Temístocles teve os imóveis e veículos bloqueados por ordem judicial e terá que pagar R$ 5 milhões. A sentença determina ainda que, se voltar a caçar, o dentista terá de desembolsar multa de R$100 mil por caça. O dinheiro será revertido para o Fundo Nacional do Meio Ambiente. 

Inconformada, a defesa alegou, no processo, que os abates não foram comprovados e que o valor cobrado na indenização é “desproporcional”. Porém, a juíza Luzia Farias da Silva Mendonça, da 2.ª Vara Federal Cível do Acre, afirmou que ficaram provados os abates dos quase 50 animais pelo grupo.

Com os dados da investigação, foi concluído que Freire seria o grande líder do clube de caça ilegal, que tinha pelo menos 10 integrantes. Os investigadores descobriram armas, veículos adaptados e cachorros treinados para caçar animais silvestres.

Por Walace Gomes – Estagiário em supervisão

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