O ex-padre Fábio Amaro, que celebrava missas em diversas paróquias no Acre, passou da condição de investigado para réu em processo que aponta suposto estupro contra um adolescente, à época com 15 anos. O crime teria acontecido entre 2008 e 2009, em Rio Branco.
O católico havia sido indiciado pela Polícia Civil em abril. Após as conclusões das investigações, o Ministério Público do Acre (MPAC) avaliou o laudo policial e decidiu abrir denúncia contra Amaro, que hoje vive em Pernambuco.
A denúncia foi recebida em novembro pela 2ª Vara da Infância. O acusado teve 10 dias para responder a Justiça a partir do momento em que foi notificado. O processo está em segredo de Justiça, segundo reportagem do g1 Acre.
Segundo as denúncias, os abusos aconteciam dentro da paróquia, cerca de três vezes por semana. A vítima, hoje com 30 anos, contou, em depoimento, que só conseguiu escapar da violência sexual após ir para o seminário religioso, onde deixou de ter contato com o ex-padre.
Uma segunda vítima também foi identificada pela polícia. Na época com 18 anos, a jovem, que tinha o sonho de ser freira e se confessava com o ex-padre, teria sido abusada por ele em um carro e no quarto que o ex-sacerdote tinha em sua paróquia, na Baixada da Sobral.
O crime supostamente cometido contra a jovem prescreveu e Amaro responde apenas pelo estupro do então adolescente.
Em abril, o católico prestou depoimento em uma delegacia da cidade de Arcoverde, interior pernambucano. Na ocasião, ele negou os crimes e disse não conhecer as vítimas. No entanto, a Diocese de Rio Branco explicou que, na época, tomou conhecimento das denúncias e confrontou o padre, que teria confirmado os abusos. Ele então renunciou ao ofício e se mudou para o Nordeste para viver com a mãe.
O bispo Dom Joaquín Pertiñez afirmou que o caso não chegou à polícia, na época, porque as vítimas não quiseram seguir com as denúncias, apesar das orientações da igreja.