A Federação das Religiões de Matriz Africana do Acre (Feremaac) realiza, neste domingo, 21, um ato público, em frente ao Palácio Rio Branco, a partir das 16h, em alusão ao Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.
A atividade busca chamar a atenção e sensibilizar para a discriminação que sofrem os integrantes das religiões de matriz africana.
De acordo com o presidente da Feremaac, Pai Célio, a manifestação visa chamar atenção da sociedade e do poder público para a problemática. “Vamos às ruas pedir respeito pelas religiões de matriz africanas, que têm sido vítimas de ataques. Não queremos ser tolerados, queremos ser respeitados”, destacou o sacerdote.
No Brasil, o número de denúncias de intolerância religiosa aumentou 106% em apenas um ano. Passou de 583, em 2021, para 1,2 mil, em 2022, uma média de três por dia. A maior parte foi sofrida por praticantes de religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé. Seis em cada dez vítimas são mulheres.
Vítima de intolerância em um processo ganho na justiça, a dirigente da Tenda de Umbanda Luz da Vida, Mãe Marajoana de Xangô, destaca a importância do evento.
“O principal desse movimento é desconstruir esse discurso de racismo religioso, no qual todos os dias somos envolvidos por alguma prática. Todos os dias um terreiro é ameaçado, é apedrejado, alguém ameaçado ou alguém é morto”.
“Makota Valdina dizia ‘não queremos ser tolerados, nós queremos é ser respeitados’. E eu, Mãe Marajoana de Xangô, digo que enquanto não houver liberdade e dignidade religiosa para todos, não haverá para ninguém. Quem tolera, não respeita. Nós não precisamos de alguém que nos tolere, precisamos que nos respeite e que a gente possa ter a liberdade de crença e de professar a nossa fé, cada um a sua maneira”, continua a sacerdotisa.
A atividade é aberta ao público.