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Entenda por que terremoto no Acre de 6,6 graus na Escala Richter não foi sentido pela população

Foto: Jardy Lopes

Acreanos foram surpreendidos, na noite deste sábado, 20, com notícias de que o maior terremoto já registrado no Brasil havia acabado de acontecer em Tarauacá, interior do estado. No entanto, o fenômeno passou despercebido por toda a população, que não sentiu os tremores e nem percebeu danos físicos do abalo.

A explicação para isso é que o foco do fenômeno ocorreu a mais de 600 quilômetros de profundidade, distância suficiente para que a energia dissipada por uma eventual falha geológica no interior da terra não chegue à superfície, evitando estragos, como costuma-se ver em outros países, como o Japão, por exemplo.

Apesar de ser noticiado pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos de que as principais coordenadas do tremor apontavam para Tarauacá, o epicentro do registro, na verdade, teria ocorrido em uma área isolada de Ipixuna, município amazonenses na divisa com o Acre. A informação foi revisada horas depois.

Ao contrário do que muita gente pensa, o Brasil possui terremotos, porém, a população não costuma senti-los devido a alguns fatores, entre eles a profundidade dos abalos, como foi o caso do tremor que atingiu o noroeste do Acre neste sábado (em 2022, Tarauacá já havia registrado abalo em escala semelhante, de 6,5 graus).

No Brasil, a frequência desses acontecimentos varia de região a região, sendo o Acre um dos estados que registram mais atividades sísmicas. Localizada no extremo oeste do país, a unidade federativa fica na fronteira com o Peru, nação situada situada na zona de convergência entre as placas tectônicas de Nazca, no Oceano Pacífico, com a Sul Americana.

Regiões de encontro de placas costumam registrar tremores com maior frequência, porém, no caso específico dessas duas peças, acontece o seguinte fenômeno: por ser composta por rochas mais densas, a placa de Nazca, ao se mover em direção à Sul Americana, sobre a qual está todo o nosso continente, penetra-a por baixo.

À medida que ela desce, acumula energia em diferentes níveis de profundidade, podendo chegar a mais de 700 km. Essa energia é liberada em forma de tremores, que só chegarão à superfície da terra se o foco do abalo for próximo, do ponto de vista geológico, ao chão.

Focos rasos ocorrem entre 0 e 70 km de profundidade, enquanto que os intermediários ficam entre 70 e 300 km. Já os focos profundos passam dos 300 km e são aqueles que podem não ser sentidos, como é o caso do tremor que ocorreu no Acre e no Amazonas neste sábado.

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