O presidente do Conselho de Psicologia do Acre e Rondônia, Cleibson André Nunes Torres, tem sido alvo de acusações de assédio moral no ambiente de trabalho, supostamente praticados contra ex servidoras da instituição.
Na ação ordinária que corre sem segredo de justiça pelo Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região RO/AC, existem relatos sobre supostas ações que teriam sido praticadas por Cleibson em reuniões, e como ele supostamente se comportava.
“Era hostil, ríspido, especialmente com as mulheres. Adotava com elas um tom autoritário, o que não via acontecer com pessoas do sexo masculino; que às vezes nas reuniões se exaltava, elevava o tom de voz, batia na mesa, e a depoente sentia medo, se sentia assustada, trêmula”, conta uma das testemunhas.
De acordo com a ex servidora do conselho, que trabalhava em Porto Velho, RO, ela foi uma das vítimas de perseguição por parte do presidente da instituição.
“Havia constante mudança de funções das servidoras de forma maliciosa e para oprimir; que existia sobrecarga de trabalho que resultava em significativo desgaste emocional e psicológico, exacerbado pelo comportamento do chefe, o Sr. Cleibson André; que as ofensas de baixo calão eram proferidas a todas as reclamantes”, revela ela.
Além desta, outras três servidoras já haviam feito denúncias contra o presidente. Uma delas disse que o comportamento autoritário do presidente do conselho de psicologia se dava para além do ambiente de trabalho, o que afetava a saúde mental e física das mulheres que trabalhavam com ele.
“Proferia ofensas com palavras de baixo calão, ameaças de demissão, sempre com o objetivo de oprimir. Também gritava pessoalmente e por telefone. Enviava mensagens fora do horário de trabalho, resultando em fortes crises de pânico e ansiedade, com taquicardia, principalmente em dias de reuniões plenárias, quando ocorriam as piores humilhações e ameaças de demissão”, explica.
Uma outra testemunha, desta vez da capital acreana, reendossou as acusações. Em depoimento as mulheres, destacam que o comportamento hostil se dava especialmente com elas e o acusam de usar o cargo para ameaçá-las.
No processo consta uma gravação de uma das vítimas, em que o presidente até mesmo ironiza a situação, falando sobre como ele poderia ser atingido, caso fosse denunciado. “Como é que vocês vão falar de mim? (…) O André era bom, batia na mesa, tinha hora que nós escutávamos lá de fora, nós ficávamos só lá perto do banheiro ouvindo as histórias”, diz o áudio.
O acusado dos supostos casos de assédio se defende das acusações. “São falaciosas e de má-fé; que jamais houve qualquer perseguição do reclamado ou de seus superiores hierárquicos em relação às reclamantes, sempre havendo tratamento profissional e respeitoso; que as autoras não trouxeram aos autos qualquer documento que demonstre minimamente suas alegações, principalmente no que concerne ao desenvolvimento de problemas psicológicos; que nunca houve qualquer reclamação por parte das reclamantes de que vinham sofrendo assédio no ambiente de trabalho a outros membros da gestão.”.
O juiz do trabalho de Rondônia, Luciano Henrique da Silva, condenou o órgão por responsabilidade civil do empregador, indenização por danos morais, assédio moral no trabalho, ofensa à honra, à imagem e à dignidade da trabalhadora configurada.
O Tribunal Regional do Trabalho obriga o Conselho Regional de Psicologia a indenizar as vítimas no valor de R$ 23.562,00, porém ainda cabem recursos. A sentença pode ser conferida na íntegra, através do documento abaixo.
Confira o documento na integra:
Com informações do News Rondônia