Uma acreana de 19 anos teria sofrido maus-tratos físicos e psicológicos por parte da proprietária da casa onde vivia abrigada, em Penha, litoral norte de Santa Catarina. A mulher foi indiciada pela Polícia Civil e terá de prestar esclarecimentos sobre as acusações. Nenhuma das partes teve o nome revelado.
Segundo informações, a jovem do Acre, que não sabe ler nem escrever, vivia em situação de rua na cidade catarinense e foi acolhida pela patroa para trabalhar em sua casa. As atitudes suspeitas de maus-tratos vieram a público após populares ouvirem a acreana chorando.
Inicialmente, a polícia levantou a hipótese de trabalho análogo à escravidão. A tese foi descartada, uma vez que a vítima tinha liberdade para ir e vir a qualquer momento, porém, permanecia morando no local por não ter outro lugar para viver.
As investigações falam em gritos, brigas, submissão a trabalho, falta de pagamento pelos serviços domésticos, injúrias e até lesões corporais. A jovem deixou a residência em novembro e, de acordo com a imprensa catarinense, obteve um emprego com a ajude de uma ONG.
O processo segue em segredo de Justiça e a acusada responde em liberdade o crime tipificado no artigo 136 do Código Penal, que prevê entre dois e quatro anos de prisão e multa para quem “intimidar, ameaçar, constranger, ofender, castigar, submeter, ridicularizar, difamar, injuriar, caluniar ou expor pessoa a constrangimento físico ou moral, de forma reiterada”.