Não seria apenas um, mas dois os mandantes da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL). É o que vem sendo investigado pela Polícia Federal, que entrou no caso em fevereiro do ano passado. Informações prestadas pelo ex-sargento da Polícia Militar Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos contra a parlamentar, podem fortalecer essa linha de investigação, como revelou a repórter Vera Araújo no blog do Globo, Segredos do Crime.
Segundo o blog, o ex-PM fez um acordo de colaboração premiada com a PF, que aguarda a validação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Enquanto isso não ocorre, agentes federais do Grupo Especial de Investigações Sensíveis (Gise) — especializado na elucidação de casos complexos — correm contra o tempo na busca de provas contra os dois alvos.
‘Esperança reacendida’
Segundo fontes da PF ouvidas pelo blog, a ideia é concluir a investigação sobre os mandantes, com a prisão de ambos, antes de o crime completar seis anos em 14 de março. Quando ainda era ministro da Justiça, Flávio Dino chegou a firmar um compromisso com a viúva de Marielle, a vereadora Monica Benicio, de que o caso seria elucidado este ano. Entretanto, não adiantou detalhes da investigação. Dino vai assumir uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 22 de março, mas antes ainda passa alguns dias no Senado.
— Toda essa espera ganhou uma ponta de esperança pelo trabalho que veio a partir da entrada da Polícia Federal no caso. Fatos importantes foram revelados, um novo participante apontado (o bombeiro Maxwell Simões Correa, acusado de monitorar Marielle). A esperança que o caso, enfim, ganhe um desfecho foi reacendida — comentou a viúva.
Como o início do ano forense do STJ começará em 1º de fevereiro, a expectativa é que a homologação da delação do ex-sargento, que está nas mãos do ministro Raul Araújo, aconteça só a partir desta data. Conforme publicado no blog do colunista Lauro Jardim, no último domingo, a validação do acordo de Lessa com a Polícia Federal será crucial para a elucidação dos homicídios de Marielle e do motorista Anderson Gomes.