Convidado pelo presidente Lula (PT) para participar, neste domingo, 8, do ato em defesa da democracia, em Brasília, o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), informou, com exclusividade à GAZETA, que não estará no evento. Ele se junta ao grupo de pelo menos outros cinco governadores de oposição que não participarão da agenda.
O ato vai rememorar os atentados golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes de extrema direita, insatisfeitos com o resultados das urnas, invadiram e depredaram as sedes dos três poderes para, segundo as investigações, criarem um ambiente favorável a uma intervenção das forças armadas. Mais de 2 mil foram presos.
O motivo da ausência de Gladson, segundo seu gabinete, é que ele tem uma viagem programada para a China, para participar, como palestrante, do Brazil China Meeting, que acontece entre 10 e 13 de janeiro. O evento reunirá autoridades, empresários e investidores brasileiros e chineses para debater a agenda econômica entre os dois países.
Apesar disso, o governador agradeceu o convite de Lula e parabenizou o presidente da República pelo ato, reafirmando “seu compromisso com o Estado Democrático de Direito e a defesa dos direitos e deveres de cada cidadão brasileiro garantidos na Constituição Brasileira”, informou seu gabinete, em nota enviada à GAZETA.
No entanto, a participação de Cameli no encontro com os chineses ainda é dúvida. Investigado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), no âmbito da Operação Ptolomeu, ele está proibido de deixar o país e precisou recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ir a Shenzhen e Hong Kong. O pedido ainda não foi julgado.
Até o momento, o governo do estado ainda não informou se irá enviar outro representante ao ato antigolpismo, intitulado Democracia Inabalável, que acontece no Congresso Nacional, com a participação de 500 convidados, entre eles chefes dos três poderes nos âmbitos federal, estaduais e municipais, além de ministros de governo.
Além de Gladson, não participarão do ato os governadores de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Goiás. Os chefes do Executivo de Minas Gerais e Rio de Janeiro ainda não confirmaram presença.