Pelo visto, a chapa dos sonhos do ex-presidente do PT no Acre, Cesário Braga, formada por Marcus Alexandre (MDB) e Alysson Bestene (PP), com os petistas na aliança, vai ficar só na imaginação. Em entrevista exclusiva À GAZETA, o atual dirigente do PT, Daniel Zen, afirmou ser “muito improvável” que tal arranjo aconteça.
Zen, que já foi deputado estadual por dois mandatos consecutivos, deu um choque de realidade no colega ao lembrar que a direção “inteira” da legenda do governador Gladson Cameli é contra dividir, em Rio Branco, o palanque com os petistas, que sofrem reveses eleitorais há pelo menos três eleições locais.
“O que o Cesário tem dito é que ninguém deve fechar as portas. E nisso eu concordo com ele. Agora é muito improvável acontecer uma aliança entre PT e PP na capital. Eles já têm um problema para resolver, que é esse dilema entre a candidatura do Alysson e do Bocalom”, afirma, referindo-se ao “chega pra lá” que o atual prefeito de Rio Branco tomou da própria agremiação, que não o quer como candidato à reeleição.
“A gente sabe que, provavelmente, o Bocalom vai para o PL, e o Alysson está dependendo, também, da viabilidade da candidatura dele, de ultrapassar os dois dígitos, até mais ou menos abril”, continua Zen.
Ao ventilar a união entre PT, MDB e PP, Cesário quer evitar que Bocalom exerça mais quatro anos de mandato na prefeitura da maior cidade acreana. Em outubro, em entrevista a este portal, o atual superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) no Acre declarou:
“Pra mim, alinhar governo federal [PT], governo estadual [PP] e prefeitura de Rio Branco [MDB] no mesmo caminho ajudaria muito a nossa cidade. O Marcus Alexandre tem todas as condições de fazer uma boa disputa e já mostrou que é o melhor que a gente tem. E o governo do estado pode ser parceiro nessa construção, assim como o governo federal será. Temos que unir todo mundo que quer o bem de Rio Branco contra Bocalom”.
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Daniel Zen, porém, fez questão de frisar que o MDB tem total autonomia para costurar uma chapa com Alysson Bestene, e que o PT não irá se opor a isso, uma vez que o protagonismo da aliança da qual os petistas fazem parte está, nestas eleições, com os emedebistas. “Descartar, eu não descarto. Mas acho pouco provável”, reforça.